QUANDO O MELHOR É TER RAZÃO

 

FOTO: TEATRO AMAZONAS. 29M.
AUTOR: CUCUNACA, 2021

Por: Mauro Bechman*

Em muitas derrotas, aliás somos campeões em derrotas, sempre fica um sabor da vitória incompleta. Foram muitas eleições que se passaram.

Na verdade poucas vitórias. Aquelas inesquecíveis, como a de Mestrinho sobre Josué Filho em 1982 e ainda nem sabíamos o que estava em jogo áquela altura. Talvez uma outra, a vitória de Arthur Neto sobre Gilberto Mestrinho em 1989 ou a de Lula sobre José Serra (2002) enfim os dedos das mãos sobram quando falamos em vitórias em pleitos eleitorais.

Nas derrotas, o sentido de que faltou comunicação entre as idéias e as pessoas. Os desacertos e a imaturidade e mesmo assim, nunca nos faltou paixão e razão. Em 2012, o começo do apocalipse para Zootopia e chegamos assim a primeira década do século XXI.

Perdemos com Haddad, um professor num processo corrompido e legitimado devidamente pelo estabilishment, afinal era preciso retomar o domínio do quintal e o nosso lugar como nação na penumbra descrita por Roosevelt. 

Estávamos com a razão e com a emoção, esta última prisioneira da ilusão de democracia por quem não era democrático. Com a derrota, a pauta de futuro do Brasil foi para o fim da fila. Perdemos também com José Ricardo, um humanista e os amazonenses sofreram brutalmente com o choque da Pandemia.

Perdemos colegas de trabalho, amigos próximos e distantes, a ausência encoberta pela chuva de mantras e mentiras que impediram a tomada de consciência e lucidez. Mais uma vez, a derrota foi apenas a constatação de uma anomalia quase congênita implantada no córtex coletivo. 

Hoje, vemos que foi melhor manter a razão, estar embebecido de lucidez não nos desumanizando acreditando que está tudo bem, que o galo não vai cantar e que o amanhã nunca nascerá. Estais atentos! pois

Quem dorme com a razão nunca dorme


_____________________________

*Mestre em Sociedade e Cultura pela Universidade Federal do Amazonas. UFAM.

Nenhum comentário:

Postar um comentário