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| FOTO: COMUNIDADE SÃO JOÃO BATISTA. AMSPA. AUTOR: CUCUNACA, 2020. |
Por: Mauro Jeusy Viera Bechman*
Em tempos de exceção, como o que vivemos hoje com a pandemia do coronavírus, em que o isolamento social testa o homem e sua capacidade de cooperação e sobrevivência, temos tido exemplos de amor e fé que inevitavelmente nos remetem a existência de uma força poderosa acima da existência, chamada Deus.
Na última semana, tive meus sentidos testados. Participando da Pastoral da Comunicação da área missionária São Paulo Apóstolo, passamos a registrar as celebrações em redes sociais privadas para atender aos fiéis das dez comunidades que formam a área missionária. Nosso equipamento é todo amador, dos celulares a nosso amadorismo na técnica da cinegrafia. Mesmo assim, abraçamos a idéia e partimos para as filmagens.
Numa terça-feira, fomos fazer a filmagem na Comunidade São João Batista, como sempre e recomendado pela arquidiocese de Manaus, pouquíssima gente envolvida somando no máximo cinco. Filmar em uma igreja vazia, dói na alma. Mas, o Espírito age e nos fortalece e o rito vai ingressando em nosso ser. A filmagem amadora foi boa para os nossos padrões e ao término da celebração, a alegria de todos estava estampada e o sorriso de leveza do sacerdote denunciavam satisfação, revelando que fizemos um bom serviço ao altar.
No caminho de volta a minha casa, voltei a pé em companhia de uma fiel, vizinha a rua detrás da minha. Falei a ela, que bom que você veio e serviu bem como precista. Então ela me falou que tinha que vir servir, pois "Tudo é para o Senhor, tudo isso é para o Senhor, eu senti que deveria vir porquê tudo é para ele, para o Senhor", aquelas palavras me tocaram por dentro.
Num momento em que as circunstâncias reais de ameaça à vida nos impedem de sair de casa, ela tomou para si a fé e foi participar da celebração, movida pela fé e pela necessidade de pedir proteção a Deus para sua família.
Claro está que sabemos que a Ciência é um dos sete dons do Espírito Santo deixados por Deus a Humanidade e não seríamos incoerentes e desobedientes em relação a Igreja de Cristo por isso, a Igreja une-se aos esforços para a não proliferação da transmissão do vírus, adotando medidas de defesa da vida com uma nova formatação das celebrações.
Diante desta situação dada, por um instante emudeci e depois me veio a lembrança dos primeiros cristãos perseguidos realizando seus encontros em catacumbas e lugares que não podiam ser conhecidos pois seria terem sua sentença de morte decretada. A firmeza com que a jovem mulher falou só fortaleceu a minha fé.
Claro está que sabemos que a Ciência é um dos sete dons do Espírito Santo deixados por Deus a Humanidade e não seríamos incoerentes e desobedientes em relação a Igreja de Cristo por isso, a Igreja une-se aos esforços para a não proliferação da transmissão do vírus, adotando medidas de defesa da vida com uma nova formatação das celebrações.
Diante desta situação dada, por um instante emudeci e depois me veio a lembrança dos primeiros cristãos perseguidos realizando seus encontros em catacumbas e lugares que não podiam ser conhecidos pois seria terem sua sentença de morte decretada. A firmeza com que a jovem mulher falou só fortaleceu a minha fé.
Muitas vezes, acreditamos que as nossas dificuldades são as maiores e que também contaminados por nossos comodismos perdemos o entusiasmo e até a fé. Por isso, o Senhor busca um meio de nos comunicar e sempre é ele quem escolhe a ocasião e o instrumento. Neste caso, a jovem precista.
Nossa fé se dará nestes momentos de isolamento social sob novas condições, em nossa igreja doméstica, junto a nossos familiares às vezes tão distantes do conceito cristão de Família.
Certamente novos e belos testemunhos de pais, filhos, esposas, maridos, parentes... nasçam em que o amor de Deus se manifeste na nossa relação com muitas vezes este "distante próximo" que habita a nossa casa comum.
Nossa fé se dará nestes momentos de isolamento social sob novas condições, em nossa igreja doméstica, junto a nossos familiares às vezes tão distantes do conceito cristão de Família.
Certamente novos e belos testemunhos de pais, filhos, esposas, maridos, parentes... nasçam em que o amor de Deus se manifeste na nossa relação com muitas vezes este "distante próximo" que habita a nossa casa comum.
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Mestre em Sociedade e Cultura e Processos Socioculturais na Amazônia. UFAM.

Que bom fazer relatos desse momento tão duro para todos. É para todos mesmo. Porém, gostaria de fazer uma ponderação fraterna a esse relato. Afirmar que "as pessoas se negam a sair de casa" soa um tanto indelicado e imprudente. As pessoas, estamos seguindo orientações sérias das organizações sociais de saúde e da Igreja. Estamos cumprindo com o bom senso e contribuindo para o bem de saúde pessoal, familiar e comunitária. Se expor em demasia, neste momento, é por a própria vida em risco como também a dos outros. Portanto, é preciso que tenhamos muito cuidado pela forma com o que publicamos. A intenção é louvável mas o como agimos é preciso muito cuidado. Mas o trabalho está sendo feito muito bom e merece nossa admiração e apreço. Em tempos come este devemos ser criativos em manter vivo o anúncio da Palavra de Deus e da comunhão entre nossos comunitários.
ResponderExcluirExato. Sim, tive a preocupação nessa passagem que você chamou a atenção. Vou reescrever para não gerar uma confusão entre testemunhar a fé e ser incoerente e inconsequente. Muito agradecido por sua presença aqui neste espaço! Seja sempre bem vindo!
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