DO MEIO NATURAL AO MEIO TÉCNICO CIENTÍFICO INFORMACIONAL

FOTO:  PALESTRA: DO MEIO NATURAL AO MEIO TÉCNICO CIENTÍFICO INFORMACIONAL. 2013.

Estabelecer conexões importantes entre as etapas de metamorfose do espaço é um exercício intelectual importante e tão necessário para compreender o espaço da contemporaneidade. Neste sentido, buscar uma leitura intrigante quanto apaixonante nos remeteu á necessidade de expor um pouco das contribuições presentes no pensamento do ilustre geógrafo baiano Milton Santos, ganhador do Prêmio Lud Valdrin em 1994, equivalente a uma espécie de Nobel de Geografia. Assim, buscamos fundamentar teoricamente nossa palestra por ocasião do I Encontro dos Cursos de Tecnologia da Faculdade Metropolitana de Manaus - FAMETRO, ocorrido no último dia 04 nas dependências da Unidade III desta instituição de ensino, para um público de tecnólogos em Segurança do Trabalho e tecnólogos de Petróleo e Gás. Dessa forma, estruturamos nossa palestra em quatro momentos que apresentamos suscintamente a seguir:

MEIO NATURAL - Espaço em que a vida ocorre num cotidiano local e cuja base de sustentação e produção basea-se essencialmente nas atividades ligadas á sobrevivência do individuo e daí uma certa consciência de conservação dos recursos naturais para que os recursos obedeçam os ciclos da natureza e promovam as condições para a existência da vida nas nascentes comunidades. A noção de tempo emerge como uma hierarquia necessária, misturando misticismo e tempos da natureza para o desenvolvimento do recursos alimentares e da vida, cujas principais fonte de energia são a biomassa e a força de trabalho muscular.

MEIO TÉCNICO - Espaço cujas ações antrópicas aparecem mais materializadas na paisagem a partir da construção de próteses ao espaço geográfico como pontes, residências e sistemas de engenharia, cujo saber técnico é passado a partir de instituições como os centros de ensino superior e algumas coorporações de trabalhadores.

MEIO TÉCNICO CIENTÍFICO - Esta fase do espaço geográfico torna-se uma etapa significante a medida em que a apropriação da natureza apresenta as suas grandes contradições. Decidimos incluir esta unidade, conforme a especificidade das características delimitadoras entre as etapas do espaço geográfico relacionada à energia e a geração do conhecimento e cuja liberdade Milton Santos nos chancela por afirmar que sua classificação original em três momentos trata-se ainda de uma classificação grosseira, e portanto sujeita a aprofundamentos e questionamentos. A partir deste momento, os desastres ambientais ocorrem trazendo á baila uma discussão forte sobre os padrões e visões da relação entre a sociedade ocidental com a natureza. O conhecimento produzido  praticamente nas universidades, geram a consolidação da autoridade científica sobre a natureza e o tempo, daí talvez a explicação para muitos equívocos. As principais fontes de energia são o petróleo e os minerais.

MEIO TÉCNICO CIENTÍFICO INFORMACIONAL - A fase atual do espaço geográfico nos remete a constituição de um espaço cada vez mais artificial formando um espaço cada vez mais recheado de hibridismos na forma e no conteúdo. Neste sentido, os objetos estão cada vez mais recheados de conteúdos informacionais - alíás bem característico desta contemporaneidade veloz, efêmera e intencional. Os atores sociais já se consolidam enquanto atores estranhos a lógica do cotidiano local. Um tempo em que os ciclos biogênicos ganham força como fontes de energia e como "produtos" para a atual fase do modo de produção capitalista com o neoliberalismo verde. O conhecimento disperso em nuvens e instituições ainda vem ser um privilégio das classes sociais mais abastadas.

São poucas palavras para ajudarem a fomentar o debate sobre o emprego das tecnologias no ambiente, seus significados e consequências, além de claro, de uma tentativa nossa de apreender e apresentar o pensamento do geógrafo sobre o espaço em constante transformação. O debate só tem começo...

Obrigado aos nossos acadêmicos que optaram e estiveram presentes na palestra!

Saudações Geotecnológicas!