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I PORONOMINARÉ, DIÁRIO DE BORDO 1

Foto: Homenagem a todos os participantes da Excursão.
Autor: Geóg. M. Bechman, 2011.

No último sábado 19, fomos com os acadêmicos do curso de Turismo da Faculdade Metropolitana de Manaus - FAMETRO a I Excursão Poronominaré ao Encontro das Águas. A adesão dos acadêmicos foi massiva ao evento que transcorreu na alegria e na energia bem características de uma turma de futuros turismólogos e turismólogas.


De acordo com a nossa programação saímos do Porto da Manaus Moderna ás 09h da manhã, margeando o Rio Negro. Com a participação exponenial do geógrafo Charles Ferreira, convidado do evento, realizamos o mapeamento em tempo real do trajeto percorrido pelo Barco "Castelo Guedes IV". Como parte de um dos objetivos da I Excursão Poronominaré, fomos cartografando e georreferenciando pontos geográficos na paisagem que pudessem compor um mapa temático do trajeto da expedição, o que foi feito com extrema competência e precisão, sendo uma das primeiras experiências conhecidas de mapeamento em tempo real realizado em uma visita técnica.




Foto: Mapeamento do trajeto em tempo real. Geógrafo Charles Ferreira e Estudantes.
Autor: Geóg. M. Bechman, 2011.

Nossas primeiras impressões sobre o reordenamento territorial da margem esquerda do Rio Negro, revelam uma paisagem composta principalmente por três objetos geográficos: as ocupações urbanas, as instalações industriais (navais) e as instalações militares. Notoriamente, as ocupações urbanas presentes na Comunidade Meu Bem Meu Mal no bairro da Compensa e a "beira" do São Raimundo na zona oeste de Manaus, compõe um cenário de mosaico de casas e palafitas que se estendem ao longo da encosta, de montante a jusante. Mesmo sob este aspecto, o predominio das instalações industriais parece se estender ao longo de todo desenho da orla fluvial, cuja continuidade, só aparece interrompida em casos pontuais por instalações militares e efetivamente ocupações humanas.


Foto: Vertente do Bairro de São Raimundo. Ocupação Urbana.
Autor: Geóg. M. Bechman, 2011.

À montante, na "Praia de Ponta Negra" observamos um ícone geográfico do modelo de Autosegregação Residencial que se efetiva na paisagem como áreas de amenidades distantes dos Centros de Nogócios e de Trabalho. São efetivamente territórios da classe de renda alta em meio a hotéis de referência e condomínios de alto padrão, perfazendo um dos metros quadrados mais caros da Amazônia.


Foto: Autosegregação urbana no Bairro de Ponta Negra.
Autor: Geóg. M. Bechman, 2011.

À jusante, nas proximidades da Estação de Captação de Água da Ponta do Ismael no bairro da Compensa, presenciamos a depreciação temporal de um importante objeto geográfico, esquecido pelo tempo, em meio ao mato e ao ferrugem. Estou falando da Antiga Estação de Tratamento de Água, que representa para os geógrafos rugosidades de momentos históricos que testemunham o auge da economia gumífera em Manaus. Em sua riqueza arqutitetônica, possui telhas vindas de Portugal e os motores que ainda jazem no seu interior, em decomposição progressiva pela ação da umidade. Aos turismólogos e turismólogas, uma perda irreparável, á memória da cidade, um acinte e à Geografia de Manaus, uma mancha.


Foto: Ruínas da 1a. Estação de Tratamento de Água do Amazonas.
Autor: Geóg. M. Bechman, 2011.

Que nosso esforço do hoje, represente um espelho para que o passado não se perca no esquecimento da memória, no embotamento das idéias e na limitação dos sonhos dos amazonenses e amazônidas. Esta excursão, representa mais, uma homenagem justa, aos futuros turismólogos, turismólogas, geógrafos e apaixonados por este magnífico lugar chamado Amazônia.


Saudações Geográficas!

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