5 DE SETEMBRO E O NEOPROTAGONISMO DO AMAZONAS

FOTO: BANDEIRA DO AMAZONAS. AUTOR: CUCUNACA, 2016.
A História Política do Amazonas, certamente tem seu inicio com sua independência do Estado Grão-Pará em 1850, quando a Comarca do Amazonas conquista o status de Província, uma reivindicação que data do levante de 1832 no episódio da Revolta das Lajes, no encontro das águas entre Rio Negro e Solimões. Embora haja, uma não disfarçada tentativa de empanar a participação das massas populares na construção do processo histórico. A partir deste cenário o Amazonas passa a ser um dos protagonistas na história geográfica e política do Brasil.

No último dia 31 de Agosto de 2016, no Senado Brasileiro fora julgada por "Crime de Responsabilidade" a presidenta eleita com 54,5 milhões de votos nas eleições diretas de 2014, a economista Dilma Vana Rousseff do Partido dos Trabalhadores. Um processo empreendido desde 2013 com as chamadas "Jornadas de Junho" que sob uma bandeira conservadora e internacional (dada a influência das chamadas redes sociais) que propugnavam a derrubada do governo popular. Na oportunidade, a capital amazonense foi a 3a maior presença de manifestantes nas ruas e como sempre um dado negligenciado e ou apequenado pelas suas elites socioeconômicas e pelas elites nacionais.O Amazonas teve em seus quadros um importante protagonismo político por conta da abertura do processo de impedimento do governo petista.

Nos pólos políticos opostos, se digladiaram correntes políticas em que destacam-se a atuação incansável da senadora do PC do B (Partido Comunista do Brasil) Vanessa Grazziotin na defesa intransigente da gestão da primeira presidente mulher do Brasil e noutro pólo os senadores Omar Aziz do PP (Partido Progressista) e Eduardo Braga (PMDB) ex-governadores que se posicionaram pelo afastamento da presidenta eleita nas urnas. O interessante é que ambos os ex-governadores do Amazonas foram beneficiados intensivamente pela gestão petista com investimentos prioritários nas áreas social, habitacional, saúde e infraestrutura em que fora possível a implantação de um Programa de Recuperação dos Igarapés de Manaus, o conhecido Prosamim, além claro,de outros programas como o Luz para Todos e outros.

Por 61 a 20, venceu a proposta de afastamento da mandatária do país Dilma Rousseff (PT) com um voto de uma catarinense, a senadora Vanessa Grazziotin (Contra o impedimento) e os votos dos senadores, o paraense Eduardo Braga e do paulista Omar Aziz. Com isso, o Amazonas encerrou sua participação neste episódio da História Política do Brasil. Dos três senadores citados, a senadora comunista foi a que mais se expôs numa defesa eloquente da primeira presidente mulher do Brasil, sendo inclusive hostilizada num dos voos de Brasília por ultra conservadores e secessionistas. Venceu a proposta conservadora com forte viés de adoção de uma política econômica mais voltada ao neoliberalismo que ao do social desenvolvimentismo. Daí, chamarmos de neoprotagonismo.

Ademais, a História julgará as opções destes representantes da política do Amazonas. Aliás, ela está em pleno andamento. O que importa aqui é frisar o quão é importante que após 166 anos da Luta do povo do Amazonas por seu protagonismo nos destinos do Brasil, teve-se o livre-arbítrio para que o Amazonas se fizesse ouvir politicamente pelo Brasil graças ao sonho e ao empreendimento do primeiro amazonense João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha e do sacrifício de vida dos amazonenses na Revolta das Lajes.

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