QUEM ACORDARÁ CEDO PARA VER O BRAZIL NAS OLIMPÍADAS DE TÓKIO 2020?

FOTO: CAMISA DO BRASIL DE FUTEBOL.
AUTOR:CUCUNACA, 2014;

Por: Mauro Bechman*

No dia 23 de Julho ocorrerá a XXXIII Jogos Olímpicos Mundiais, o maior evento esportivo do Mundo, reunindo cerca de 220 países, autoridades nacionais e supra nacionais. O esporte sempre foi uma forma de aproximar as nações e ao mesmo tempo reforçar a identidade nacional e o sentido de pertença a um território ou nação.

Pelo lado brasileiro, temos assistido desde 2016, uma queda na auto estima nacional por conta das mudanças políticas no Brasil. Uma Olimpíada realizada sob um Governo de Exceção democrática e ainda submetida ás consequências do mal resolvido processo de impeachment de Dilma Roussef. 

O Brasil foi uma das nações emergentes do BRICs que sediaram eventos como a Copa do Mundo da Fifa (2014) e as Olimpíadas do COI (2016). Ora, ao que parece, as classes dominantes brasileiras não aderiram a esta vitrine para potências emergentes na geopolítica mundial.

Como desde 2013, as cores nacionais brasileiras vieram sendo capturadas pela extrema direita no campo da política, o desprezo pela copa do mundo e pelos jogos olímpicos foram elementos essenciais para que fosse mantida em queda a baixa estima dos brasileiros e brasileiras e nada mais que o esporte para mostrar essa rejeição a identidade pátria. Este foi o objetivo e para gerar a adesão aos processos de justificação para o impedimento da presidenta eleita em 2015.

Não é difícil compreender que a re popularização da identidade nacional levará alguns longos anos.

No imaginário popular brasileiro, as cores verde e amarelas, estão mais para as classes dominantes brasileiras e sua classe média apátrida e rentista que para o chamado povo brasileiro. Não fosse apenas isso, a " contaminação" dos atletas nacionais com posições e adesões a pautas da extrema-direita, acabaram por sacramentar a dissociação entre povo e estado nacional no atual momento.

Nesse sentido, dificilmente os brasileiros acordarão nas madrugadas para verem e torcerem por seus atletas. Mas, por vias das dúvidas, mantemos a pergunta:

"Quem acordará cedo para ver o Brazil nas Olimpíadas de Tóquio 2020?"

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* Mestre em Sociedade e Cultura pela Universidade Federal do Amazonas. UFAM. 


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