FOTO: M. BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2022 |
Por: Mauro Bechman*
Neste tempo de muitos "mantras motivacionais" muito se fala em adaptar-se às novas demandas, das empresas e dos grupos sociais.
O conceito vem das ciências biológicas e claro, vastamente adotado em palestras motivacionais e nas rodas de cafezinho. Resiliência e adaptação às velhas novidades (mudanças) que na verdade são apenas verbalizadas como novas, só isso.**
Mudar não é adaptar-se. Mudar é mais difícil e sofrível. Traz consigo, um certo grau de incerteza e um medo gigante, seja imaginário em 90% (puro chute nosso!) e 9,0% temores das circunstâncias.
Mudar exige renunciar aos seus cômodos vícios, que lhe corroem as horas da vida, mudar hábitos que gratificam sua cômoda inércia com bônus secundários que cumprem a função de te distrair dos seus objetivos maiores.
Mudar exige uma disciplina que talvez a gente viva a fugir por achar que a vida está aí a nossa disposição e que nossos sonhos se realizarão pois afinal, somos merecedores (né mesmo?) como a mistura de analfabetismo religioso e teologia da motivação nos martela a mente.
Mudar é bem mais difícil, pois se paga um preço pela atitude. E, talvez não estejamos dispostos a pagar este preço.
Se decidir mudar, então comece. Só não se auto sabote. Afinal, do outro lado da rua, pode estar a felicidade que procuras.
Então, mude.
___________
*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas UFAM.
** Considerações primeiras sobre a obra Mudar: Caminhos para a transformação verdadeira do psicanalista Flávio Gikovate publicado pela editora MG editores, 2014 Gikovate.
0 Comentários