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FOTO: M. BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2024 |
Por: Mauro Bechman*
No domingo 06/10 ocorreram as eleições municipais para cargos políticos de Vereador e Prefeito de Manaus.
Nossa preocupação inicial é com os caminhos que os partidos políticos do campo da esquerda deverão tomar a partir dos resultados desta eleição em Manaus.
O dado preocupante é o avanço das pautas e dos candidatos conservadores e extremistas. As pautas culturalistas encampadas pelos progressistas vão sendo desgastadas a cada tempo. E, vários eventos globais vem contribuindo para a revisão desta orientação.
Dentre alguns destes eventos, destacamos a re-afimação do pensamento conservador em torno da moral neopentecostal e em menor dimensão no catolicismo tradicional que diretamente expõem sua rejeição ao progressismo seja nos púlpitos ou nas redes sociais.
No plano geopolítico global, o conflito armado entre a Federação Russa e a Ucrânia, expõe alguns temas ainda evitados pelo ocidente como o protagonismo feminista, o culturalismo e o liberalismo anti-moral.
E em Manaus, uma das metrópoles mais importantes econômicamente do Brasil, teremos uma disputa com partidos mais centrados á Direita e o pensamento e o eleitor progressista assiste ao seu apequenamento.
Icônicamente quando observamos as campanhas nas propagandas eleitorais do campo progressista e seus candidatos ao legislativo municipal e boa parte de sua militância ainda vestida de século XX, mesmo que reconheçamos que as desigualdades são quase onipresentes na realidade socioeconômica.
Entretanto, o que se observa é que a ausência da atualização do discurso no campo progressista também contribui para os resultados das urnas. Outras lutas, como a socioambiental, o cuidado com os animais, a natureza, a saúde ambiental da cidade, soluções simples para pessoas carentes, acessibilidade, a tecnologia social e as microempresas foram e ainda são barreiras ao avanço na construção de pautas no campo progressista.
Nossa escrita, mais didática que inquisitória, traz consigo a preocupação para que o debate sobre o destino da cidade continue a mover corações e mentes na busca do resgate de nossas utopias, de uma cidade mais justa, ambientalmente equilibrada e mais igualitária.
Que este pleito, seja em algum sentido, aprendizado e motivação para pensar e lutar pela cidade que amamos.
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* Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas. UFAM (1909).
Uma ótima análise do nosso cenário político atual
ResponderExcluirMuito agradecido pela leitura e mensagem querido professor! Saudações Geográficas
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