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FOTO: M. BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2025 |
Por: Mauro Bechman*
O Melhor filme Internacional "Ainda Estou Aqui" de Walter Salles vencedor do Oscar 2025 em certo sentido aproximou afetivamente os públicos estadunidense e brasileiro.
Gostaria de destacar algumas situações que são em verdade atemporais. A primeira delas é que a perspectiva de uma "Ditadura" de Direita vem saindo do imaginário mundo da literatura do futurismo distópico na maior democracia liberal do Mundo.
Um experimento já presente na série de televisão The Handmaid's Tale: O Conto da Aia, alia uma ditadura ocidental imaginária ao cenário da sociedade atual estadunidense com a eleição de Donald Trump, onde há um filete de desconfiança da nova administração no flerte com o autoritarismo.
A segunda situação é a memória afetiva de outrora que nos parece partilhada pelas gerações até os anos 1980 quando as famílias ainda faziam seus fins de semana em suas casas, ao som de músicas, dança e brincadeiras das crianças nos jardins ou nas dependências do lar.
Sobre isso, aposto numa espécie de reflexão comum: o que fizemos dos nossos cotidianos familiares? Não conseguimos mais nos alegrar e brincar em nossas casas? O que aconteceu conosco?
Creio que estas duas situações fizeram deste filme um ponto de convergência na memória afetiva de brasileiros e estadunidenses.
Afinal, o que observamos hoje é que de fato, há nos públicos que assistiram ao filme, algo especial que não permite deixar passar desapercebido a partilha dos momentos vividos e a saúde seja física ou mental presentes nas cenas do cotidiano das famílias.
À esta dura e doce coincidência que este belo e emocionante filme nos presenteia, chamo de Humanidade.
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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade federal do Amazonas UFAM.
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