E SEMPRE FOI ASSIM


FOTO: M. BECHMAN.
 AUTOR: CUCUNACA, 2025.

Por: Mauro Bechman*

Esta semana que antecedeu o Dia Internacional da Mulher, decidimos abrir o guarda roupas e usufruir do que guardamos para ocasiões especiais.

Neste cotidiano de ganho e perda de peso, aquele visual rapidamente se altera, seja para ganho quanto para perda e não estamos falando de moda, mas de corpo e tempo/contexto.

Nossas fantasias da apresentação perfeita vão se diluindo a cada espera para o momento perfeito que muitas vezes já passou e nem percebemos. Assim, pelo caminho, nos cabides ficam os belos trajes e as novíssimas vestes à espera de momento perfeito.

Então, neste dias decidimos usar alguns acessórios e itens do guarda roupa, não que houvesse uma ocasião especial etc, mas, apenas para brindar o cotidiano da rotina de trabalho.

No espaço de trabalho, usamos jaleco que na verdade encobre a vestimenta pessoal. Vestimos uma camisa de punho formal, as botas pretas, o cinto preto. 

Logo na chegada, uma colega olhou e admirou como uma surpresa e um discreto sorriso enquanto colocava o jaleco de trabalho. 

No fim do dia, ao tirar o jaleco, uma outra colega disse: que elegância parece que o mestre vai ter um encontro, com um ar de brincadeira. Então, apenas sorrimos pois elogios nem sempre vem de uma única forma. Quase imediatamente sério e lúcido falamos para a colega: "Sempre foi assim...eu é quem me perdi. Sempre foi assim". 

No trajeto para casa, caminhamos lentamente e na devida calma. Em nossa cabeça, a serenidade de alguém que se reencontrou e reencantou consigo mesmo. 

Afinal, todo dia é especial e como nos ensina o padre Gabriel Vila Verde "O hábito não faz o monge, mas o compõe". E comigo, a frase como decreto: "Sempre foi assim".

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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade federal do Amazonas UFAM.

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