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FOTO: M. BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2025. |
Por: Mauro Bechman*
Já trabalhamos em algumas empresas na vida, desde as de caridade às do comércio. Em todas elas, diferentes naturezas, diferentes gestões, chefes e colegas. A vida profissional é este somatório de coisas.
No início dos anos 2020 trabalhamos numa empresa que dependia "em tese" muito das decisões coletivas. Como funcionários novos, chegamos ao cargo sem aquela passagem de serviço adequada por aquele que ocupava o lugar antes. E, claro sem a devida orientação do contratante. Assim mesmo assumimos.
Em todas as reuniões das quintas-feiras, era aquela situação, o chefe dizia que todas as propostas seriam muito bem acolhidas e que a gestão era democrática onde todos teriam vez, voz e voto.
Então, com o passar da agenda de serviços, a cada reunião, a pauta. E, uma proposta, a resposta: seria Bom, mas dessa vez não. Outra reunião, outra pauta, a resposta: Verdade, mas em função disso não. E outras reuniões e outras sequências de não, algumas disfarçadas de argumentos frivilos, outras apenas com acenos de cabeça.
Diante de tantas impedimentos, chega-se a pensar: vamos parar de dar propostas ou sugestões, visto que, talvez já saibamos qual seria a resposta. E, em um certo evento, só no dia de preparar o ambiente para o público, recebemos pelos menos seis nãos.
Cansados dessa situação, e tendo a iminência do evento com as horas cada vez mais reduzidas, decidimos seguir o nosso coração e silenciosamente com as atitudes, dizer o Sim a tantos Nãos.
Há quatro horas antes do evento ter seu início, o enviado do administrador que solicitou o evento, observa os progressos do trabalho e aliviado elogia a equipe de trabalho pelo ótimo serviço e revela que o seu maior temor era chegar e não ver os serviços concluídos.
Alegres, pensamos com nossos botões, ainda bem que nossas atitudes foram mais fortes que àqueles muitos nãos que nos deram. Sem isso, esse evento não seria possível e se fosse possível, seria sofrível.
Com o senso de dever cumprido, fizemos depois a melhor parte: usufruir do evento e celebrar a sua realização com êxito. Foi tudo certo.
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*Mestre em Sociedade e Cultura pela Universidade federal do Amazonas UFAM
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