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FOTO: M.BECHMAN, AUTOR: CUCUNACA, 2025 |
Por: Mauro Bechman*
Alguns projetos e eventos vão ocorrendo ao longo de nossas vidas, sejam pessoais ou profissionais.
Dependendo do engajamento das pessoas, alguns processos podem ser mais custosos e outros mais leves e até graciosos. O empenho é a dinâmica necessária para o sucesso ou fracasso do empreendimento.
Certa vez, tivemos que participar na organização de um arraial junino. Nas primeiras reuniões de "planejamento" todas as fantasias e desejos para se fazer um evento dos sonhos.
Entretanto, um dos responsáveis pela infraestrutura viajou e não estaria presente até a data do evento. Somado a isto, os parcos recursos financeiros e claro, a já clássica falta de mão de obra para o serviço.
Desse modo, era inevitável o acúmulo de funções da coordenação do evento, daí que os pouquíssimos membros da equipe tiveram que se desdobrar. Era piso a ser lavado, o pórtico de festas, a ser limpo, a iluminação a ser providenciada, a capinação a ser feita para dar espaço ao estacionamento etc
Tivemos que pensar em silêncio sobre como resolver as questões sem comprometer o evento em plena contagem regressiva para acontecer.
Faltando apenas quatro dias, decidimos por mãos à obra. Limpar o centro de festas cheio de entulhos e objetos sem função ou uso, Usar com parcimônia os recursos financeiros para prover as necessidades, pintar o piso e as paredes enrugadas e manchadas por anos de abandono. E, claro, garantir o acesso aos ensaios das atrações do arraial.
Problemas com a iluminação na véspera do evento, tendo sido necessário a chamada da empresa de energia para resolver problemas de rede. Problemas com a água com a tubulação entupida e a manutenção predial. Um desafio!
Lentamente começamos pela infraestrutura, sanando a limpeza e a pintura dos espaços nos primeiros dois dias, após isso, a iluminação dos ambientes e por fim a capinação. Cuidados necessários para um bom trabalho da equipe de ornamentação.
Tudo pronto e o evento ocorre de forma esplêndida. Em todas as equipes de trabalho, temos alguns membros que buscam mais o usufruto da obra feita do que participar efetivamente do evento, na sua construção.
São os que chegam depois de tudo pronto para fazerem os seus discursos infalíveis de que 'foi muito difícil ' ou apenas se auto promovem fazendo suas selfies para atenderem seus fãs ou seguidores nas redes sociais privadas.
A despeito de tudo isso, é importante frisar que aquele ou aquela pessoa que vivenciou todo o processo, por mais turbulento que seja, até a sua concretude, certamente terá o maior ganho de capital social e intelectual do que aquela que acredita que imagens valem mais que ações.
E, está cheio de gente assim por aí. Por isso, reforçamos que o mais importante é "Viver o Processo" ou em outras palavras "Viver o processo e usufruir dele é muito melhor ". A isto, dadas as tamanhas dificuldades, chamamos Vitória.
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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade federal do Amazonas UFAM (1909).
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