| FOTO: RELÓGIO MUNICIPAL DE MANAUS. AUTOR GEÓG. M. BECHMAN, 2013. |
Manaus, nascida em 24 de Outubro de 1848 com o nome de Cidade da Barra do Rio Negro e posteriormente em 1856 recebe o nome atual Manaus, que pela tradição da língua nativa significaria "Mãe dos Deuses" é uma metrópole regional que hoje completa 344 anos de fundação. De geografia sobre os planaltos tabulares desgastados pela erosão do tempo, a cidade tem muitos declives a aclives na sua parte mais próxima aos rios e igarapés. Neste sentido, as ladeiras e os fundos de vales dos igarapés perfazem e de certo modo, prescrevem a ocupação urbana da cidade dos manauaras.
Manaus, possui uma história que se confunde e se funde com o próprio estado do Amazonas e da Amazônia Brasileira. Tornou-se importante centro econômico e político desde o auge da economia da borracha nos fins do século XIX e inicio do século XX, recebeu forte influência européia decorrente da expansão do modo de produção capitalista pelo mundo, uma vez que a borracha, tornara-se uma importante matéria-prima para o fomento da indústria automobilística mundial.
Herança que se mescla com os muitos rostos do povo deste lugar, chamado Manaus, com a tez morena do sol da zona intertropical e os olhos amendoados com o sorriso largo os manauaras escrevem sua história no espaço geográfico a partir de sua cultura, suas lendas, suas tristezas, seus sons e suas lutas cotidianas.
O amor pelo paladar aos muitos peixes, temperos, cheiros e pelos banhos de igarapés fazem dos manauaras atores de uma história rica de integração com a natureza, que começou muito antes mesmo do colonizador fincar sua bandeira. O jeito manso no falar e durante as festas despojado, são acepções do lendário na formação social amazônica em que a ancestralidade indígena reina soberana. A falácia do ócio improdutivo a cada re-leitura da Amazônia e do Amazonas cai por terra, sendo cada vez mais encarada como uma resistência silenciosa ao formato de trabalho imposto pelo colonizador, trabalho sem prazer...apenas como castigo e dor.
Ainda hoje, testemunhamos em muitos escritos e "surtos" um esforço no sentido de descaracterizar a identidade e a cultura dos manauaras, seja pelo simples capricho de lhes negar o direito de conhecer sua história de lutas e vitórias ou pelo fato de desqualificar suas conquistas e sua rica história sócio-cultural. Em escritos divulgados que sem base histórica e historiográfica buscam relativizar e desconsiderar as posições políticas e lutas dos manauaras no protagonismo da história e da geografia do Brasil.
Manaus e os Manauaras estão em festa. E, mesmo que sua elite socioeconômica não se identifique com seus ícones, pois atracou neste porto em busca da fortuna do eldorado, o povo manauara conserva ainda parte importante de sua herança cultural, nas festas, no seu jeito pávulo (orgulhoso) de falar de si próprio sem contudo desmerecer os seus "parentes", ainda na sua expressividade sui generis na arte do falar e na humildade de receber bem as pessoas dos outros lugares, sem lhes ignorar a cultura e a sociabilidade.
Parabéns aos Manauaras pelo Dia da "Mãe dos Deuses", façam festa, pois sabemos que por qui a "Cuia é sempre Cheia"!
Saudações Manauaras e Longa Vida a Ajuricaba!
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