O samba amazonense vem passando nos últimos 20 anos por um processo de luta contínua pela sua sobrevivência como um dos grandes eventos populares. Mesmo ciente de que existem também na vasta Terra de Ajuricaba manifestações momescas originais, destacamos aqui, as Escola de Samba de Manaus. Desde 1948 com a Escola Mixta da Praça 14, o samba amazonense vem passando por instantes brilhantes e momentos de luta constante por sua manutenção no calendário amazonense.
Na década de 1990, incrivelmente com a construção do maior Centro de Convenções do Brasil, o Sambódromo, as escolas de samba passam a assistir a chegada do fenômeno Boi Bumbá de Parintins, o que de fato suplantou os Bumbás de Manaus, Campineiro, Brilhante, Tira-Prosa, Gitano e Corre-Campo (este último, o primeiro a aderir ao formato Boi de Parintins já na década de 1980).
O samba em sua aliança com as elites socioeconômicas tem uma separação e o Estado grande fomentador da festa, passa a atacar o samba das agremiações, reduzindo investimentos na festa e a partir do século 21, o governo do Estado passa a tentar se apropriar da festa e para torná-la um "negócio" em benefício de seus parceiros comerciais e claro, lucrar votos junto a multidão de sambistas e amantes do samba. Mas, as escolas resistiram e continuavam a colocar 180 mil pessoas no sambódromo, mesmo sem o apoio governamental, contanto apenas com a força de seus bairros. Isso! As Escolas de Samba de Manaus são símbolos de seus bairros.
Não bastasse isso, as escolas de samba em Manaus vem ultimamente resistindo. Setores da mídia televisiva e comercial fazem clara opção pelo incentivo ao Carnaboi para "vender" como produto turístico mesmo que isso venha a apagar a cultura do samba manauara e dos bairros da cidade. Além do mais, uma parte da imprensa, setores do governo do estado e agora com "estimativas suspeitas" vindo da polícia militar que projetam a festa do samba sempre com indicadores bem abaixo da realidade, o samba amazonense segue sua sina resistindo e insistindo na cultura popular. Sabemos qual é a intenção destas ações é a de "Esvaziar o desfile das Escolas de Samba".
Entretanto, não pode-se isentar da enorme tarefa que as diretorias da Escolas de Samba tem que fazer. Precisam organizarem-se tão bem internamente a ponto de melhorarem suas quadras, desenvolverem projetos sociais, melhorarem sua participação nas redes sociais, nas rádios da cidade e, claro seus sambistas, viverem do samba de janeiro a janeiro e não tratar o desfile das escolas de samba apenas como um "evento" do calendário festivo.
Assim, é necessário reformar as mentalidades das diretorias e nossa elite intelectual precisa assumir seu papel social, produzindo monografias, dissertações, teses, livros, artigos...ou seja, precisa trabalhar de fato, pois só com ações podemos reconduzir o samba amazonense a sua posição merecida no coração do carnaval e dos amazonenses.
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