| Foto: Igreja de N.S. Aparecida. Manaus. Autor: M. Bechman, 2014. |
O que importa é que sejamos capazes de vislumbrar nele o Filho de Deus, que veio revolucionar o mundo pela força do amor e do perdão. Aceitou o caminho da cruz para resgatar nossa vida e a humanidade inteira.
Mas, mesmo reconhecendo no homem de Nazaré, o Messias verdadeiro, não podemos dar-nos ao luxo de apenas aceitar suas feições mais agradáveis. Cabe-nos aceitá-lo, amá-lo e segui-lo também na hora em que se nos apresenta com suas duras exigências.
É fácil, por exemplo, aceitar o Cristo do Natal ou o da "Noite Feliz". Difícil é o compromisso de renascer com ele a cada dia, de renovar-nos no espírito e no coração.
É fácil, aceitar o Cristo dos milagres que cura os doentes e multiplica o pão. Difícil é aceitar o Cristo que nos manda servir doentes e sofredores e repartir o nosso pão com quem tem fome.
É fácil aceitar o Cristo dos discursos bonitos, a falar a verdades e a desmascarar as injustiças dos poderosos. Difícil é aceitar o Cristo que denuncia também nossas próprias mentiras e injustiças.
É fácil aceitar o Cristo da última ceia, transbordante de ternura pelos amigos. Difícil é aceitar o Cristo que não reage à traição, às algemas e à condenação injusta.
É fácil aceitar o Cristo da vitória e da ressurreição. Difícil é aceitar o Cristo da crucificação.
Mas Cristo quer ter a liberdade de ser ele próprio; cabe a nós reconhecê-lo e amá-lo por aquilo que é. E isso para não corrermos o risco de, um dia, não sermos reconhecidos por ele.
Pe. Vírgilio, ssp.
[Extraído do Semanário Litúrgico-catequético, n. 43 - 14.09.2014]
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