| Foto: Globo Terrestre. Autor: M. Bechman, 2015. |
Tradicionalmente escrevemos sobre a situação do mundo no mês de janeiro, para honrar esse papel de professor de Geografia. Nossas impressões são impressões periféricas a partir de uma visão construída a partir de nossas próprias condições e limitações intelectuais. Em 2014, preferimos dar ênfase ao Brasil pela realização da Copa do Mundo e em 2015 voltaremos a destacar a geografia mundial.
Nesse tão vasto mundo, a despeito das centenas de “teorias da conspiração” e também das teorias da “com piração” (Ops!). Nossas impressões perpassam pelos atores da cena global.
No continente americano, sem muitos sobressaltos, as direções ainda não estão perfeitamente definidas e ao que parece, mostram um caminhar das nações em direção a recuperação social e política tendo como modelos países como o Brasil, a Venezuela e a Bolívia, em que se confirme um relativo distanciamento dos modelos socioeconômicos do século 20. O socialismo cubano, modelo para as nações latino-americanas, caminhará para uma social democracia, mas muito lentamente, seja pela necessidade de diálogo dos Estados Unidos com a América Latina tão difícil durante este período do governo democrata.
No plano econômico temos o crescimento conservador da Colômbia, Peru e Chile cujos modelos econômicos aproximam-se mais do neoliberalismo do que da construção de um walfare state e, graças a sua velocidade econômica em detrimento dos avanços sociais. Com a exceção do Chile, os dois outros atores tendem a se destacarem em maior velocidade devido também as décadas de atraso econômico e por serem também palco de lutas sociopolíticas sangrentas – o que vai demorar um certo tempo para sanar suas dívidas com seu passado.
Silenciosamente o Brasil se destacará pela conclusão de muitas obras de infraestrutura e pelo seu fortalecimento no interior dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Os Brics enfrentarão uma certa dificuldade enquanto pólo alternativo e ascendente de poder global, dado os cenários políticos e econômicos construídos nos últimos dois anos, com o acordo sino-russo e a reação econômica estadunidense que voltará a experimentar um crescimento após a baixa nos preços do petróleo na chamada “crise induzida”.
O cenário europeu é um pouco mais delicado, cuja crise econômica iniciada em 2008 se agudiza afetando a estabilidade política na zona do euro e nos ingressantes. A parceria com os países do centro-leste europeu como a Polônia a Ucrânia tem sentido muito mais por necessidades estratégicas e militares ante a desconfiança do avanço econômico russo do que a parceria econômica essencialmente. A outra questão é muito ligada a cultura ocidental e a sua conformação num cenário de globalização e integração plena ao sistema mundo que ela mesma ajudou a criar com o processo de colonização de outras regiões do planeta.
Na Ásia a agonia japonesa ante o gigantismo chinês e o militarismo da Coréia do Norte, ainda dada a necessidade de crescimento demográfico pinta um cenário de necessidade de mudanças bruscas no conservador Japão, incluindo dramaticamente sua volta ao belicismo. A Índia, o país civilização, continuará a construir seu edificil, do tamanho de sua altivez e como se constitui o conjunto de nações milenares formadoras do estado nacional indiano.
Na Oceania, um jogador importante passa a destacar-se: a Austrália, alinhada a cultura ocidental, este país membro da comunidade britânica das nações passa a ter papel preponderante no cenário mundial e na geopolítica.
A África e sua riqueza de diversidade ainda sofrerá com os resquícios de 600 anos de colonização européia. Nossa esperança reside na áfrica portuguesa, onde as elites angolanas e moçambicanas possam reestruturar suas economias e fortalecer suas nações.
Em 2015, lamentavelmente as guerras continuarão a mover a História em alguns pontos clássicos como o Oriente Médio e suas repercussões pontuais nos jogadores envolvidos. Ainda assim, acreditamos que o diálogo entre as nações e as diversas culturas possibilitem a percepção e a partilha de um mundo mais fraterno.
Talvez o meio ambiente seja de fato, este novo tema, de entrelaçamento e até união e quem sabe, os líderes mundiais compreendam que a Geografia é a ciência das pontes, da união e não do conflito e da separação. Portanto em 2015: Todo poder ao Meio Ambiente!
Saudações Ambientais!
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