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DECLARE AMOR A MANAUS. NÃO VOTE NOS SAQUEADORES

FOTO: LÚCIO CARRIL. AUTOR: ACERVO DO AUTOR, 2020.


DECLARE AMOR A MANAUS. NÃO VOTE NOS SAQUEADORES

Pôr: Lúcio Carril*

Chegamos aos 351 anos. Na roda da história,  Manaus é uma criança em transição para a puberdade, com suas belezas juvenis e o sofrimento de quem foi sempre maltratada e deixada de lado por padrastos aproveitadores.

Manaus poderia ser melhor, muito melhor e mais bela se não fosse a existência de uma elite mesquinha, que vive do sangue de um povo que pena para sobreviver.

Manaus não seria uma cova de favelados se a Zona Franca não tivesse, francamente,  servido de puteiro do grande capital e de suas multinacionais. 

O Distrito Industrial é um novo seringal,  como nos diz o poeta Aldísio Filgueiras, a sugar o sangue do operário da construção de Chico Buarque.

É mentira dizer que a Zona Franca é responsável pela preservação da nossa floresta. Quem preserva nossos rios,  nossas matas e nossas vidas são os povos da floresta. Antes da Zona já existia meio ambiente preservado. O que o propalado desenvolvimento fez foi matar índios, seringueiros, caboclos e ribeirinhos. 

Manaus continua de costas para o rio e para sua história.

Gestores famintos por dinheiro público continuam a saquear a cidade e nosso povo.

Empresários inescrupulosos vagueiam como zumbis à procura de mais carne humana. Para o lucro, gente não existe. 

Manaus podia e pode ser mais bela,  mas é preciso expulsar a turba de malfeitores que a enfeiam.

Aqui é minha cidade. Completo com Manaus 351 anos. Meu sangue está no teatro Amazonas, no reservatório do mocó, no mercado Adolfo Lisboa,  nas avenidas e pontes, nos igarapés e no rios Negro e Solimões. Sou manauara, sim. Tenho na alma a resistência de Ajuricaba e o sangue bom da mulher cabocla.


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*Sociólogo e analista político. Ex-militante do Partido Comunista do Brasil (PCB) nos anos de Chumbo da Ditadura Militar (1964-1985).

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