MANAUS, O VAZIO E A IGNORÂNCIA QUE CAMINHAM PARA O NADA

FOTO: PROF. ME. MAURO BECHMAN.
 AUTOR: CUCUNACA, 2021.


Por: Mauro Bechman*

Na semana passada tivemos que ir ao Centro Histórico de Manaus, a cidade dos Tiranos

Algumas poucas lojas abertas, apenas as do comércio popular e alguns negócios de portas fechadas, não se sabe ao certo os motivos, se obediência ao decreto de fechamento do comércio ou se falência empresarial. O centro da cidade está vazio.

Há um medo disfarçado no sorriso dos vendedores das óticas que se esconde por detrás de um desespero de não alcançar as metas nas vendas. E, sigo dizendo não às propostas de troca dos óculos.

As praças vazias, menos a Heliodoro Balbi, com sua beleza neoclássica, expõe aposentados, jogos de dama e possivelmente damas da tarde que vagam sob o rarefeito dossel das árvores. Um bucolismo.

Pelas ruas, na direção ao Teatro Amazonas, não se vê poetas e nem quadrinheiros. Só há poucas pessoas ainda insistindo no antigo normal.

Vou a igreja de São Sebastião agradecer pelo dom da vida e pedir pela alma dos que partiram. Na esquina da Tapajós com a 10 de Julho, pedintes nacionais disputam espaço com pedintes estrangeiros.

Vou aos correios, empresa que sempre estimei, vi e comprei alguns selos pois sou um livre colecionador. Em seguida, peço uma situação no Serasa. Que bom! não devo nada a ninguém, e esta foi a melhor notícia da semana.

Da avenida Sete de Setembro ao Boulevard Amazonas no turno vespertino, uma cidade vazia. Nos transportes, a ignorância reina. Taxistas que dependem de passageiros falam do vírus mas, isentam os governos que são contra o uso de máscara e o isolamento social.

Da mesma forma, motoristas de aplicativos que se alimentam da ilusão da riqueza numa atividade já precarizada pela ausência de direitos trabalhistas. Uma ignorância.

Tempos de Negacionismo.

Volto pra casa, vazio mas ainda lúcido e esperançoso de que o vírus e suas sequelas não danifiquem tanto o mindset dos meus conterrâneos manauaras. Afinal, nestes tempos de Pandemia, um pouco de Lucidez sempre faz um grande bem a todos nós.

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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas UFAM.

2 comentários:

  1. De fato, meu caro mestre!
    Um desacato a garantia de dias normais!

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    1. Agradecido querida pedagoga por seu comentário. Seja sempre Benvinda neste espaço. Saudações!

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