AS MÁSCARAS DO TRABALHADOR

FOTO-MOSAICO: MÁSCARAS.
AUTOR: CUCUNACA, 2021.


Por: Mauro Bechman*

Hoje 1º de Maio, o mundo rememora o Dia do Trabalhador e o martírio na centelha acesa pelos trabalhadores de Chicago em 1886.

Caminhando pelas ruas e pelas redes vemos muitos rostos de trabalhadores, alguns com máscaras em função da crise sanitária.

A literatura social sempre ficou inquieta para desvelar esses rostos na multidão. E, ao que parece, agora as máscaras reforçam está nuvem que envolve as identidades.

São visualmente as máscaras de pano, cirúrgicas, de segurança e outras que encobrem os rostos dos trabalhadores. Mas, também há outras máscaras, que talvez façam melhor esta função de ofuscar os rostos. São as máscaras sociais.

Pelas ruas e redes vemos trabalhadores e trabalhadoras com máscaras, escondidos em suas máscaras.

São trabalhadores e trabalhadoras mascarados, cujos panos escondem a identidade da classe trabalhadora, são assim, os rostos de domésticas, de militares, de motoristas de aplicativos, de descamisados, de os mais pobres, de desalentados, de desamparados, de baixa renda, de empreendedores, de desempregados, free lancer, horistas, operários da saúde e da educação, indígenas urbanos, afrodescendentes estigmatizados, pseudo influenciadores digitais, precarizados, sem direitos trabalhistas e assistência social. Sem direito a uma vida digna que faça com que haja a possibilidade de se construir uma grande nação.

São estas máscaras que apartam os trabalhadores de sua unidade, de sua força e dos seus sonhos de fraternidade, igualdade e liberdade.

Que neste 1º de Maio do século XXI, os trabalhadores e trabalhadoras possam tirar suas máscaras sociais e lembrar que a unidade em torno das suas Utopias transformaram a vida dos homens e das mulheres e fizeram deste mundo, um mundo melhor.

Viva o Trabalhador! Viva a Trabalhadora!


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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas UFAM.

2 comentários:

  1. Com certeza amigo!
    As máscaras de pano.
    E as máscaras de fato!

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  2. Muito agradecido por seu comentário querida pedagoga. Que bom que você gostou do texto. Seja sempre Benvinda!

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