A PANDEMIA E O FIM DA ESTATÍSTICA


FOTO: PROF. ME. MAURO BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2020.

Por: Mauro Bechman*

A Estatística é uma das aplicabilidades mais importantes das ciências exatas para a prospecção, diagnóstico, monitoramento, inferência e projeção dos mais diversos campos da vida humana.

A Estatística está praticamente em todos os cursos superiores, apesar da banalização das ciências, do métodos e das metodologias de ensino-aprendizagem.

Os institutos de pesquisa, especialmente aqueles voltados a Pesquisa eleitoral gozaram de grande prestígio e também desprestígio antes de 2020. Com a Pandemia do vírus Sars Cov-2, a Estatística novamente ganha uma visibilidade talvez jamais vista no mundo. 

Dentre os vários ramos que necessitam de tratamento estatístico, vemos o levantamento de dados sobre os óbitos causados pela Pandemia.

Alguns dados que nos parecem difícieis como a mortalidade em lugares cujo acesso a dados e ao próprio registro do indivíduo como pessoa física. Aí, como ficam as tabelas, mapas e gráficos?

Talvez, a Igreja Católica que ainda mentem seus registros rigorosos pudesse contribuir para o preenchimento desta lacuna, embora há que se pensar na negligência e desprezo destes dados e registros por outras religiões e denominações cristãs e laicas.

De qualquer modo, as Estatísticas brasileiras sobre a Pandemia parecem sugerir que não há uma margem de erro, mas uma sensível insuficiência de dados na geração das tabelas, mapas e gráficos.

Noutro ramo vital, como a Educação, vemos a coleta de dados, a partir de formulários eletrônicos, muito fragilizada para se definir ações e políticas educacionais. Se junto aos professores e professoras há carência de acesso a internet quiçá a comunidade estudantil neste colosso que é o Amazonas. 

Da mesma forma, temos as perguntas nos formulários, que limitam execessivamente as respostas dos pesquisados. Algumas alternativas que deixam de estar presentes no formulário que até talvez abalassem a execução da pesquisa.

Sendo assim, diante deste cenário, a Estatística tornou-se também uma espécie de vítima desta Pandemia, daí rememorar o ilustre geógrafo Milton Santos no seu livro Por uma Geografia Nova, Edusp (2002), devemos "...Medir para refletir ou refletir para medir?".


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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas UFAM.

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