| FOTO: ARENA AMAZÔNIA VIVALDO LIMA. AUTOR: CUCUNACA, 2016. |
Por: Mauro Bechman*
As duas primeiras medalhas de prata e ouro do Brasil nestes XXXII jogos Olímpicos no Japão, vieram surfando literalmente no solo e nas águas.
O reforço no moral dos brasileiros e o reaquecimento do sentimento de nacionalidade, vieram exatamente de filhos de um Brasil profundo, dos lugares distantes do Brasil sudeste, onde estão as maiores metrópoles nacionais.
Coube ao Maranhão e ao Rio Grande do Norte revitalizar o sentimento Nacional de unidade em tempos de descrédito com os símbolos nacionais, tão banalizados por sua apropriação partidária por uma das correntes extremistas do Brasil.
Sem grandes máquinas de propaganda da mídia corporativa brasileira, Raíssa Leal e Ítalo Ferreira, entraram para o seletissimo Panteão dos Heróis olímpicos. Ainda na primeira edição destes esportes nos jogos. Antes, vistos como jogos de marginais e malandros, desocupados ou jovens das praças públicas das cidades e das praias.
A criança, no irreverente sorriso de Raíssa Leal com seu skate e a emoção do surfista dourado Ítalo Ferreira, do rico nordeste Brasileiro, parecem mostrar aos próprios brasileiros da região concentrada** que o Brasil é ainda um gigante. Esportes marginais, brasileiros de regiões periféricas, deprimidas ou marginais ao modelo excludente de desenvolvimento socioeconômico nacional, dão hoje, simbolicamente ao país um sentimento de alegria juvenil e força para seguir como nação.
Aos que acreditavam que o esporte era apenas negócio, o espírito olímpico, ressurgiu das águas do mar e do solo na terra do sol nascente. Uma pré adolescente nos ensinando a sorrir de novo como nação e um surfista nos mostrando que podemos ser o que sonhamos.
A glória, vale mais que quaisquer status ou premiações materiais. Ela é eterna.
Agradeço aos maranhenses e capixabas por terem dado a este país, filhos tão vencedores e novamente a crença de que podemos sempre sempre melhores e do tamanho dos nossos sonhos, seja como pessoas seja como país.
Glória eterna aos Heróis olímpicos!
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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas UFAM.
** Conceito de Regionalização em Milton Santos.
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