| FOTO: ARENA AMAZÔNIA. ARQUIVO, 2014. |
Por: Mauro Bechman*
Em busca do orgulho perdido desde o vexatório desempenho na Copa de 2014, a seleção globalizada masculina de futebol enfrenta nesta quinta-feira 14/10 ás 20h (hora Manaus), a seleção globalizada do Uruguai na Arena Vivaldo Lima pelas Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar em 2022.
Desde 2014, embora o movimento tenha sido muito anterior a esta data, o Futebol Brasileiro vem sendo periferizado no cenário mundial. Neste sentido, a ajuda da Imprensa Brasileira colonizada (pelos europeus) teve papel importante em ao menos dois momentos: o primeiro ao defender a adequação do calendário do futebol pentacampeão do mundo ao calendário europeu para facilitar os " negócios" de transferência de jogadores, alguns até ainda jovens e a posteriori, com a popularização da imagem de sucesso para os jovens brasileiros que passaram a ver a seleção apenas como " vitrine" para o mercado europeu da bola.
Aliás, a imprensa brasileira não consegue se livrar da "Síndrome do Cachorro Vira-latas" termo cunhado pelo jornalista Nelson Rodrigues após a derrota do Brasil para o Uruguai em 1950. Então, quem for assistir vai ver e ouvir até estourar os tímpanos os nomes dos clubes europeus, num marketing praticamente gratuito, evocando inconsciente a superioridade dos europeus sobre o "futebol arte", aliás atualmente perdido em meio a empresários espertalhões, empresas de materiais esportivos e contratos de astros midiáticos. Os latino americanos também embarcaram nessa.
Será mais um evento teste para a reabertura dos estádios para o ludopédio, desta vez em Manaus, com suas cerca de 13 mil vidas perdidas para a estupidez de suas classes dominantes regionais e nacionais. A cidade dos Tiranos.
E, as coisas vem mudando mesmo, veja só de seleção canarinho ao canarinho pistola, do futebol arte ao brasilzão malvadão, das bandeiras nacionais expostas como orgulho e pertencimento á dúvida em saber se se está torcendo pelo Brasil ou por uma corrente ideológica extremista e negacionista.
Este é o Brasil de 2021.
E, eu? Bem, continuarei a torcer apaixonadamente pelo Naça, o Leão da Amazônia e do Amazonas e também para que o futebol brasileiro volte a ser dos brasileiros.
Sejam benvindos brasileiros e uruguaios. Saudações Amazonenses e Amazônicas!
______________________
*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Centenária do Amazonas. UFAM (1909). Torcedor nacionalino e campeão oratoriano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário