FOTO: M. BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2021. |
Por: Mauro Bechman*
Hoje, fiquei pensando sobre o quanto renunciamos nossas vidas por outras pessoas. O quanto estamos disponíveis sem estar dispostos e quanto os dias e noites passam impiedosamente.
Somos tão cercados de meios de comunicação, um mundo tão midiático e virtual, tão atrativo quanto dispensável.
São tantas distrações que nos desguiam que findamos em esquecer de nós mesmos. Nos abandonamos de nós mesmos, renunciando ao nosso direito à solidão.
Hoje, um vídeo destes de rede social privada, curto, daqueles que tentam ser engraçados, mas no fundo são mais profundos e reflexivos que nos fazem nos revisitar e reencontrar ao nosso eu.
No vídeo, o tempo em que se adormecia a frente da televisão, deitados no sofá enquanto a vinheta de um filme anunciava o sono e o aconchego do lar. Um pouco de nostalgia, ou ainda, saudade de si mesmo.
E, de repente em 2022, deixamos de praticar a nossa solidão, de fazer uma coisa simples e se deixar levar pela vida, preguiçosamente.
Então, resolvi ligar o rádio e olhar o céu. Me curtir um pouco, longe de tudo e de todos, onde só eu posso habitar e reinar.
Não podemos esquecer de nós. Se curta, ao menos esta noite. Afinal, você e eu ainda temos este direito.
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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas UFAM.
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