| FOTO: M. BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2022. |
Por: Mauro Bechman*
E lá se foi mais um janeiro. Estes janeiros de 2020 e 2021 foram duros para os amazonenses. Para mim, que adoecemos no mesmo mês nos últimos anos, resta a alegria de uma vitória sobre a Pandemia.
Janeiro de muitos robôs, zumbis e viúvas negras pelas ruas. Alguns negacionistas, resignados com suas auto mentiras.
Não deu pra sentir, a vida dos ipês amarelos e nem as cores das flores do igarapé do passarinho. Tomado pelo medo, apenas observei o cortejo dos insanos.
Neste janeiro, um dia em que nem conseguia levantar da cama direito, apenas almoçar meio caldo de peixe. Logo eu, que sou bom garfo.
Janeiro que levou nosso maior poeta, o Thiago de Melo e que nem A bela Negra Kamelia desembarcou para anunciar o tempo do Carnaval de chuva.
Estamos vivos, enquanto os tiranos da cidade, se embebedam com os espólios dos que por eles foram desprovidos.
Dia 31, hoje saí de casa. Corpo ainda convalescente. Dia de São João Bosco, o sacerdote que reuniu seus jovens e ajudou os italianos a superarem suas pestes. Uma boa data pra sair à rua e anunciar a vida, que começa em fevereiro.
Adeus Janeiro!
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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas UFAM.
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