| FOTO: PRO.ME. MAURO BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2021. |
Por: MAURO BECHMAN*
Como professor universitário, lecionei para diversos cursos de graduação e até pós graduação, além do meu curso de origem, outros cursos como administração, arquitetura e urbanismo, engenharia civil e elétrica, gestão da qualidade, segurança do trabalho, petróleo e gás, logística, turismo, gastronomia, psicologia, educação física, desculpe-me se esqueci de algum outro. De alguns cursos, as deferencias e as homenagens e um enorme respeito de "cima do tablado".
Então, foram tantos contatos, que a gente acaba saindo da nossa bolha originária, a da Geografia. A visão ficou 360º. Já era assim pela natureza da graduação em Geografia, afinal, já temos essa visão holística, imagine agora, conhecendo outras formações e diversos profissionais.
Essas andanças marcaram muito. Aliás, a experiência anterior como gestão, já exigia uma capacidade de diálogo gerencial com profissionais de outras formações como engenheiros, geólogos, físicos, estatísticos, pedagogas e outros mais.
Creio que nunca foi tão importante, aplicar a a Geografia na gestão e aos outros cursos. Você transforma a sua visão sobre os outros e também transforma a visão que os outros tem de sua profissão.
Em 2020, por conta da Pandemia, houve uma Live sobre as aulas remotas promovidas pelos geógrafos. Fazia um tempo que não retornava a minha bolha, a bolha da Geografia.
Assisti discretamente, revi colegas e ex professores sempre atuantes (que bom!) e eu que tive uma vida acadêmica atuante, como bom manauara, fiquei discreto, ou só "de bubuia".
Depois que foi concluída a Live saí da mesma forma que entrei. Fiquei por um momento em silêncio na cadeira do homeoffice, pensativo.
E, após este momento de reflexão, vi o quanto estava desabituado a minha tribo, o quanto relia e observava a "gíria" do nosso clube, o da Geografia.
Também foi possível ver a mim mesmo nesta trajetória geográfica, nitidamente o quanto explorei outros caminhos, outras direções, seja na condição de gestor ou na de docente, me chocando, aprendendo e ensinando outras gerações de profissionais.
Bem, fiquei feliz. Aliás, a profissão é essa né? Deus me deu a honra de mostrar a Geografia para outros profissionais e também na tribo sempre há um índio que é um pouco mais andarilho.
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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas UFAM.
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