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POR QUAL RAZÃO MARCELO RAMOS


FOTO: M. BECHMAN.
 AUTOR: CUCUNACA, 2024

Por: Mauro Bechman*

Faltando poucas semanas para mais uma Eleição para Prefeito da Metrópole da Amazônia, Manaus. Uma das cidades mais ricas e mais brutas do Brasil. Indicadores sociais que se aproximam do Brasil dos anos 1970 em se tratando de educação, saneamento básico e analfabetismo intelectual. 

Uma cidade, com sua história singular que se confunde com a própria história da Amazônia, tatuada em suas poucas ruas em paralelepípedo, casarões portugueses desbotados testemunhos de outros tempos em que a cidade morena se pensava europeia, um engano sincero. 

Cidade de aventureiros e paraquedistas e um povo bom, que sempre vê no perdão aos seus detratores e tiranos, uma forma de não desistir de ser feliz, mesmo que a felicidade não exista.

Na história política, alianças espúrias e convergências necessárias, possibilitaram Manaus por duas vezes nos últimos 50 anos questionar sua subalternidade, seja nas eleições municipais, que com a ajuda da sociedade civil esclarecida, a dominância da oligarquia política de Gilberto Mestrinho foi derrotada. 

Após isso, o hiato de duas décadas, e as forças progressistas, novamente ousaram enfrentar as oligarquias locais, derrotando Amazonino Mendes. 

Depois a inércia decorrente da própria dissensão e desorganização das forças populares, lhes tiraram o protagonismo político local.

Marcelo Ramos, sua trajetória militante desde o movimento estudantil, ainda na construção de sua identidade política e ideológica bailou com progressistas e liberais e novamente pede acolhimento no campo progressista. 

Desse caminho, a compreensão da gestão pública ao respeito em nível nacional e a capacidade inerente de negar o autoritarismo quando este mansamente se assenta na república.

Daí um respeito pela coragem de não acomodar-se e nem acovardar-se diante dos proto-ditadores. Nos momentos certos, também é preciso coragem para romper.

Marcelo, tem sua memória na Manaus de ontem e de sempre, pois foi nesta cidade que viveu e vive, do prédio da velha jaqueira ás passeatas estudantis pelas ruas do centro histórico, cada pedra e cada janela. 

Marcelo possui uma inquietação que ainda traz consigo, agora, pelo tempo miscigenada com a lucidez, essa vontade de transformar a vida em mais vida nesta cidade que aos poucos dilui sua bela história em troca de bravatas baratas e ouro de tolo ofertados pela mídia. 

Se os prédios do Centro Histórico pudessem falar, talvez, ao Marcelo eles dariam um sorriso, em vez de palavras.

É novamente eleições municipais em Manaus, minha cidade e continuarei a votar com lucidez.

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