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| FOTO: TELEVISÃO ANALÓGICA. AUTOR: GEÓG. M. BECHMAN, 2013. |
A História da Televisão Amazonense, iniciada pela extinta TV Ajuricaba (1967) - e nem mereceria este nome -, está ligada a necessidade de manutenção do "status quo", da ordem social e econômica vigente, daí sua função ideológica claramente definida a partir da "edição" de seus noticiários e reportagens.
Entretanto, nos tempos de internet, este poderoso canal de comunicação vem perdendo e ou partilhando espaço com outras mídias. Desde a criação da Televisão no Brasil, este canal vem fazendo um importante papel pedagógico no país, definindo caminhos, orientações, opiniões e aspirações para a grande massa dos chamados telespectadores.
Durante a cobertura das manifestações coordenadas pelo Movimento Passe Livre - MPL que tiveram seu ápice na última quinta-feira 20 em Manaus, as televisões amazonenses passaram a noticiar as manifestações e conforme sua grade de entendimento da realidade e do contexto, apresentaram ao telespectador, análises - se é que podemos chamar assim - parciais baseadas sobretudo no senso comum, trouxeram analistas pouco conhecedores das questões essenciais sobre os eventos, além da insistência numa perspectiva doutrinária de interpretação dos fatos.
As imagens acompanharam esta tendência, com a ausência de uma cobertura mais ousada e normal - como vinha acontecendo com as emissoras nacionais. Neste sentido, a limitada formação intelectual dos funcionários destes canais produziu situações como a de uma apresentadora da TV A crítica que num dos telejornais chamou os "Manifestantes" de "Protestantes" , conceitos que possam se assemelhar semanticamente, mas que historicamente estão muito distantes, uma vez que "Protestantes" está relacionado á Reforma Protestante, movimento de ruptura com o cristianismo católico ocorrido no século XVI na Europa ocidental.
Não fosse apenas isto, a TV amazonense não enviou imagens dos protestos para suas matrizes no sudeste do país, situação essa que vem se repetindo quase que eternamente quanto ao Futebol Amazonense que não tem suas imagens divulgadas em nível nacional, sugerindo a imprensa nacional que no Amazonas não há futebol profissional e por conseguinte, não deveria ter um "Estádio" como a Arena da Amazônia.
As capitais amazônicas, como Rio Branco/AC, Macapá/AP, Porto Velho/RO e Belém/PA, tiveram suas imagens em nível nacional apresentadas por ocasião das manifestações enquanto o Amazonas, passou como se não existisse. Logo, a 6a Economia do país, estava ausente das grandes decisões nacionais!
Ao que tudo indica a TV Amazonense parece não perceber o seu papel na construção e consolidação da identidade dos amazonenses. Da mesma forma, que contribui para a manutenção do desconhecimento da região e do estado. Estes sempre reconhecidos pelos seus atributos naturais.
Na configuração da representatividade e composição do poder nacional, a TV Amazonense revela o povo amazonense e suas instituições como pouco representativas além de inertes e desconhecidas. Na república, o Amazonas não tem expressão política e nem identitária, seja pela ação parca de seus representantes, seja por uma imprensa televisiva sem noção do seu papel pedagógico de inserção do povo amazonense nas decisões dos grandes temas nacionais.
Por isso, "Mude a TV", "troque o chip" ou ainda "vire a chavinha", pois se você não vê o Amazonas e os amazonenses participando da construção da república, talvez seja porquê você ainda não mudou a TV.
Saudações Geográficas!

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