LEITURA DO MUNDO EM 2016


FOTO: GLOBO ILUMINADO. AUTOR: CUCUNACA, 2015.

Após um ano de intensas movimentações no mundo contemporâneo, seja pelas mudanças geoestratégicas, seja pelo ingresso e fortalecimento de outros atores no plano internacional. Em 2016, as marchas conservadoras continuarão intensas nas nações, cuja idéia de Estado Nacional persistam em incluírem-no no processo de globalização. Tem sido isso, que estamos assistindo há aproximadamente 30 anos com a varredura de estados nacionais, mergulhados em sangrentas guerras civis, cujo apoio exterior, tem alimentado uma indústria da morte e da solidariedade mercantil.

No Oriente Médio, esse enredo tornou-se o teatro preferido pela ação das potências ocidentais e a entrada da Rússia, retomando seu protagonismo militar no cenário do século XXI. A Síria, devastada pela guerra civil e palco dos combates, tem sido o cenário para o embate destas concepções de mundo: de um lado, os adeptos do fim do Estado Nacional e de outro, os adeptos do Estado Nacional. Misturam-se nesse contexto, ideologias, religiões, civilizações e claro, o de sempre, a economia.

A África, parece configurar-se num palco coadjuvante, cujas nações ainda formadas pela confusa concepção cartográfica imposta pelos colonizadores, ocidentais e orientais, continua sua sina de continente da esperança, incrementada por fundamentalismos tribais e religiosos. E, o ingrediente oriental, que pode ser a balança de um equilibrio geopolítico decisivo para a estabilidade intra-continental, tendo em vista, a fortíssima presença chinesa nos investimentos no continente. Parece-nos interessante, analisar o crescimento de Angola e a consolidação da África do Sul. De resto, as questões políticas ainda não claramente definidas formam uma amálgama de instabilidade por todo o restante do continente.

China e Japão. Rumores de uma paz econômica parecem ser cada vez menos ouvidos. O Japão volta a se armar, tendo em vista três fatores primordiais para sua sobrevivência na região: o primeiro, a sua baixa taxa de natalidade levando ao envelhecimento e encarecimento da vida pública para o povo japonês; o segundo, a ameaça constante da Coréia do Norte e por fim, a presença do Dragão chinês.

Na América do Sul, destacamos o papel dos seus países, cuja identidade com o estado nacional, vem sofrendo uma forte tentativa conservadora, mediante golpes jurídicos-midiáticos pela ascensão ao poder político e realinhamento com os Estados Unidos da América. A presença do Brasil nos Brics, deixa o pais numa condição de exposição do seu protagonismo regional e global. China e seus megaprojetos comerciais intercontinentais, vem mexendo com inteligência as peças no tabuleiro de xadrez geopolítico com investimentos em ferrovias que cortam o continente sul americano, ligando os oceanos Atlântico ao Pacífico e fidelizando clientes, com a aquisição e escoamento de alimentos.

O Vaticano e sua diplomacia, será novamente um importantíssimo ator no cenário geopolítico. Sua liderança vem aproximando países, ao mesmo tempo que, colocando em xeque alguns princípios fundamentais ao capitalismo enquanto sociedade de consumo. Também internamente, num cenário de muito embate, os reformistas vem conduzindo com inteligência a mudança na Igreja Católica Apostólica Romana. Até aqui, a liderança do Papa Francisco vem sendo um ponto positivo com o realinhamento da igreja aos princípios cristãos, reforçando as tradições das primeiras igrejas e as necessidades da contemporâneidade.

Esperamos que 2016 seja melhor que 2015 em forma e conteúdo, e que todas as nações possam de fato, brindar a Paz num mundo sem mágoas, ressentimentos e fronteiras.

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