| FOTO: PRAÇA DO CONGRESSO. CENTRO HISTÓRICO DE MANAUS. AUTOR: CUCUNACA, 2014. |
Iniciamos 2016. Algumas considerações sobre as perspectivas e aspirações para o novo ano, no campo da Geografia do Brasil e seus possíveis cenários. Assim, partiremos de uma matriz cartográfica, baseada nas escalas clássicas da Geografia: a dimensão global, a regional e a local em que pese seu cotidiano sociopolítico, econômico e ambiental .
O BRASIL E O MUNDO - OS BRICS.
O Brasil vem crescendo sua participação no cenário mundial, especialmente pela sua integração ao chamado clube da classe média mundial, os Brics. As parcerias entre as nações estão se estreitando a cada novo encontro, seja na prestação de serviços de engenharia, seja na cooperação financeira e agora intelectual entre as universidades, com o estímulo a convênios e bolsas de estudo e pesquisa. Financeiramente, o desafio é instigante se levarmos em consideração a consolidação do Banco dos Brics que sugere-se como alternativa ao FMI (Fundo Monetário Internacional) controlado pelos Estados Unidos e alguns países desenvolvidos da Europa ocidental. Ainda assim, também se busca um estreitamento dos intercâmbios nos campos da cultura e da dotação de uma infraestrutura com base em fontes sustentáveis. Num cenário ainda conturbado pela crise econômica global de 2008, o BRICs busca fincar bases sem desviar o caminho, mesmo diante de cenários mais reticentes criados pela Revolução Hashteg ou Revolução Colorida imposta ao Brasil em 2013 e a crise na Ucrânia que envolve diretamente a Rússia e agora, o recente envolvimento russo na Guerra da Síria com desdobramentos globais e conceituais. Num cenário renhido o Brics busca consolidar-se e 2016 será fundamental para os projetos de intercâmbio.
O BRASIL E AS AMÉRICAS
Sim. Em 2016, o que ocorrer no Brasil, será sentido nas Américas do norte, central e do sul. Sua importância econômica e ambiental que faz parte de seu esteio dentre as nações americanas, inevitavelmente conduzem a esta condição. O projeto de estado nacional brasileiro e sua integração regional, vem sendo duramente atacado por forças conservadoras sob o discurso reacionário de manutenção da dependência aos Estados Unidos. A imagem do governo brasileiro vem sendo fustigada pela imprensa conservadora e hegemônica, ligada aos grandes grupos empresariais capitalistas. O cenário político vem sendo dosado de forte ação dos meios de comunicação de massa, "transformados" em verdadeiros partidos de oposição, embora recebam "gordas" fatias de dinheiro público para seus projetos além de um histórico de alinhamento conservador. Equador, Venezuela e Argentina, se mostram cenários indefinidos dadas as proporções e as condições sociopolíticas. Venezuela e Argentina ainda em processo de mudança política, embora as forças que promoveram a nova composição do poder político nestas nações tenham se caracterizado pelo avanço das forças conservadoras no parlamento e no executivo. Uruguai e Bolívia, assumem um papel importante no protagonismo social liberal da região, pois vem se posicionando cada vez mais no plano das relações regionais. O Mercosul parece capitular diante da Unasul.
O BRASIL E O POVO BRASILEIRO
Neste ano, espera-se duas situações: a primeira no cenário político, o acirramento da confrontação política partidária entre governo e partidos de oposição. O desespero da oposição vem desgastando sua imagem junto ao eleitorado e a cada tempo vem ocorrendo uma perda de credibilidade dos meios de comunicação hegemônicos, uma vez que, protestos convocados pela mídia hegemônica, não tem movido significativas parcelas da classe média nacional e as instituições seguem observando o movimento dos atores no cenário. Há um claro e viciado esforço em tornar o segundo mandato de Dilma Roussef inviável, embora parcelas significativas do povo brasileiro que reconhecem que sua vida melhorou sob a gestão do PT (Partido dos Trabalhadores) não se apresentam como favoráveis a uma quebra da institucionalidade. Setores da sociedade civil organizada como associações religiosas, culturais e sindicatos já se posicionaram contra a quebra do voto democrático que elegeu a primeira mulher a governar o Brasil.
No plano econômico, é esperado um ano de recuperação após um ano de 2015 de insegurança e retração econômica. Alinhado o déficit da balança de exportação com a queda do dólar por influência da China e da variação conjuntural do preço do petróleo, o Brasil terá um segundo semestre de melhor desempenho, claro que acertadas as decisões políticas do governo. De acordo com economistas menos enviesados, é possível esperar um equilibrio sustentável da inflação, mas também é importante destacar que cada vez mais, o empresariado nacional, precisa renunciar a velhos mantras pseudo econômicos de que não se podem baixar os preços para manter-se no mercado. O leão está no setor primário e com a onda ambiental, o mundo vem assistindo a chamada "desindustrialização" e o Brasil está no mundo e não fora dele. Afinal, estamos no modo de produção capitalista!
Na dimensão ambiental, o Brasil buscará cumprir suas metas e talvez seja a área mais promissora tendo em vista, que a cada ano, novas soluções vem sendo pautadas nas mais distintas áreas, da sustentabilidade verde ao desenvolvimento ecotecnológico com o avanço das energias do fonte renovável. Avanços por todos os campos, exceto o ético, pois continuaremos a assistir comportamentos não compatíveis com o século XXI.
Uma brevíssima explanação sobre o Brasil, que a cada ano que passa amo mais e mais ainda!
BOM 2016, SÃO OS VOTOS DESTE BLOG PARA TODO O POVO BRASILEIRO!
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