FOTO: PRAÇA DA SAUDADE. MANAUS. AUTOR: CUCUNACA, 2016. |
Na última quinta-feira, 02 é feriado no Brasil, dedicado aos Fiéis Defuntos ou Finados. Um momento de reverenciar aqueles e aquelas pessoas queridas (parentes, amigos,conhecidos) que deixaram esse plano da vida material. Também é um momento de reencontro de familiares distantes que próximos as sepulturas compartilham tristezas, alegrias, lembranças e esperanças. Em algumas circunstâncias, gerações de familiares se encontram nesta data. Também é nestes momentos que se forma uma poderosa memória comunitária e familiar. Sobrinhas, primos, primas, tios, pais, irmãos vêem-se entre iguais e compartilham um pouco de nossa vida peregrina por este mundo. Saber quem somos, qual a nossa árvore e saber que neste plano há um limite, cujo controle não nos pertence. É uma forma de estar diante do mistério da existência humana.
Um momento especial ocorreu este ano por ocasião da Iluminação neste dia de Finados. Encontrei algumas sobrinhas e seus filhos pequenos, e também as gerações mais adolescentes. Como de costume, visitamos as sepulturas dos nossos avós e de minha amada mãe e numa destas peregrinações por dentro do cemitério São João Batista, fomos a sepultura do meu avô paterno, que não conheci em vida. Na lápide, os nomes gravados no mármore, revelam um sobrenome familiar. Meus sobrinhos e sobrinhas sorriem como se tivessem descoberto algo surpreendente e uma das mais velhas diz: "- É por isso que temos esse sobrenome!". Respondi que sim, esta é a parte da família que permitiu que existíssemos.Nelas e neles, semblante sereno, fizemos de mãos dadas, uma oração de Pai-Nosso e três Aves-Marias conforme a tradição de nossos antepassados e nos despedimos daquele momento desejando a Páscoa do Senhor aos fíéis defuntos.
De um certo modo, o dia de Finados, não sei porquê, nos faz mais fortes diante de nossa fé e caminhar pelos bons caminhos na realização de nossos projetos e sonhos. Voltei para casa à pé, levei meus filhos e pelo caminho ensinando um pouco dessa nossa memória a cada passo que partilhamos como andarilhos nesse mundo de ilusões.
Vida que segue...
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