FOTO: CUCUNACA, 2018. |
Ele dormiu pra você em 2012. Ele acordou em 2018. Foi à rua e viu o cotidiano...vestiu sua roupa branca, botou seu chapéu italiano e saiu vendo por suas lentes o mundo. E assim escreveu em seu diário de volta.
REINA o silêncio
a cultura é o comerciável.
A TERRA É PLANA.
os diferentes sã
o desiguais, uns de barba e outros sem.
UM LIVRO doutrina a vida.
Não há produtos, apenas imagens.
UM governo entretém os que leram livros
ELE massacra os que leram e os próprios livros
Todos se vigiam e são vigiados por todos
O SUBMUNDO do coração emerge.
o ar da cidade está com cheiro de mal.
pessoas são monstros, disfarçadas de donas de casa e aeromoças.
Donzelas vestem cor-de-rosa, cavalheiros azuis e está banida a cor escarlate.
os de roupas brancas, com sujeiras e machas, atendem os miseráveis e perdidos.
a rua é quente e o coração dele está frio
viu as velhas prostitutas formosas ainda e ainda em busca de um verdadeiro amor.
as árvores ouvem e falam, não há flores e somente folhas se disfarçam entre espinhos.
na avenida marginal, tudo é escuro e tem odores desagradáveis.
NA FALA tudo é mentira.
A liberdade somente a da mente para os que nunca tomaram vacinas.
e o observador de passarinhos se esconde na casa dos leões leais.
a CIDADE é do mundo, menos sua.
o frio com chuva fina é trocado pelo abraço dos Emaús, da partilha de um pedaço de fruta-pão e um gole de café.
é ano novo! feliz 2018!
2 Comentários
Tão real e poético!
ResponderExcluirLindo!
Profundo,
quase profético.
Um pouco de poesia e balbúrdia não faz mal a ninguém, mesmo que incomode outrem. Saudações aos revolucionários!
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