FOTO-MOSAICO: JORNAIS DE MANAUS EM 2009. AUTOR: CUCUNACA, 2019. |
Deste tempo, guardei alguns jornais da época, eram ainda os populares jornais impressos. Alguns, inclusive nem havia abertos para ler, ainda estavam em edições especiais para o anúncio das subsedes. Na Amazônia, concorriam Rio Branco, capital do estado do Acre e Belém do Pará, vista como a principal concorrente do pleito manauara.
Impressionante, o clima de otimismo na época da escolha, os jornais cheios de negócios, muitos anúncios publicitários de imobiliárias, hotéis de selva, novos hotéis, das indústrias do pólo industrial e de faculdades particulares que estavam em plena expansão. Três jornais, mantivemos guardados: Jornal do Commércio, A crítica e Amazonas em Tempo, e nesta semana, decidimos reduzir um pouco a biomassa ou seja aplicar um "3Rs" socioambientais, passando a digitalizar e fotografar algumas matérias e imagens para não ficarmos apenas reféns da memória e da subjetividades criadas pelas empresas de comunicação. Uma mão-de-obra! E ainda não concluímos o trabalho.
Além da escolha da subsede, também em 2009 tivemos uma grande vazante do Rio Negro acompanhada de uma cheia recorde. Fomos ao anúncio no Estádio Vivaldo Lima e por telão fora feito o anúncio pelo Presidente da FIFA Joseph Blater para o delírio de uma multidão que estava também na área externa ao Colosso do Norte.
O maior temor era o preço a ser pago pela cidade pelos encargos do "Caderno de Exigências" da Fifa. Para os sambistas manauaras, o medo da demolição do Centro de Convenções - o sambódromo e para os esportistas, a derrubada da Arena Amadeu Teixeira. Por outro lado, as obras de mobilidade urbana, o monotrilho, a revitalização do centro histórico, da Ponta Negra para ser uma Fanfest, a criação de dois estádios de apoio para treinos, o Carlos Zamith na Zona Leste e o Ismael Benigno, a popular Colina em São Raimundo, Ponte Rio Negro, o Centro de Segurança da Copa...os ônibus articulados e o famoso "Quadrilátero da Copa".
Após o anúncio da subsede, na manhã seguinte, já entraram os trabalhadores para a demolição do estádio, cuja crônica esportiva do Amazonas, assistiu em sua maior parte calada, por estar associada a veículos que dependiam de verba publicitária dos governos, além de seus vínculos pessoais com mandatários locais.
A escolha da subsede da Amazônia, Manaus, imediatamente disparou os acessos na Internet mundial.
Como numa metamorfose, sai o Estádio Vivaldo Lima para nascer a Arena da Amazônia.
Onde você estava em 2009?
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