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FOTO: M. BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2021. |
Por: Mauro Bechman*
Muitas vezes, em nosso caminho profissional, trabalhamos em empresas e organizações que sempre nos falam em ter que "vestir a camisa". Se desse mantra você não partilhar, bem... aí é outra estória.
Trabalhei em duas empresas que viviam chamando a atenção para estes mantras. E, assim como o marketing é muito forte, tanto quanto a pressão do setor de Recursos humanos (RH) fomos vendo os efeitos de tudo isso sobre nós e sobre os nossos clientes.
Certa vez, fomos realizar um evento científico em que eu representaria a empresa. Bem, as outras empresas passaram a cobrar de mim, o que me caberia financiar como se eu fosse o proprietário da empresa onde trabalhava.
Falei que a empresa era privada e que a generosidade ou benemerência dependeria dos seus proprietários e a mim, apenas representá-la no evento.
Tive que afirmar categoricamente que "Esta é uma empresa privada e que seu objetivo é o lucro". Não sei se os interlocutores entenderam, mas foi o mais claro que pude ser.
Noutra empresa, também privada, as pessoas que me interpelavam sempre insinuavam como se eu fosse um dos "donos" da empresa. Era, um tal de "Você está bem, como está a empresa, só vemos ela nos jornais comprando metade da cidade".
Eu, ficava meio sem jeito, pois também nunca fui de dar atenção aos lucros ou prejuízos dos meus empregadores, pois creio que seus negócios a eles pertencem, afinal são seus projetos e não os meus.
Muitas vezes, trabalhamos e nos identificamos com as empresas, mais pela força do marketing e do ambiente de trabalho que pelo verdadeiro sentido de ser parte do projeto e dele inseparável.
Ter clareza disso, de qual é ou não seu projeto é fundamental para você caminhar lucidamente em busca de seus sonhos.
Assim, quando me perguntavam: como está na empresa? Seu fulano ou fulana (proprietários)? Eu respondia: A empresa está lá e os seus donos, devem também estar, pois afinal, são seus projetos e não os meus.
Algumas pessoas se acreditam tão identificadas com as empresas que chegam a a brigar por elas e seus proprietários. Mesmo com a dura certeza de que nem sempre somos parte dos projetos dos proprietários.
Talvez daí, venha a frustração quando este funcionário fiel é demitido. Seu mundo desmorona se enchendo de lamentações e mágoas pelo seu não reconhecimento.
Não se iluda com esta falsa posse. Construa os seus projetos.
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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas UFAM
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