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| FOTO: PROF. ME. M. BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA 2021. |
Por: MAURO BECHMAN*
Por volta de 2007, estava a frente do Curso de Licenciatura em Geografia do antigo Uninorte. No final de ano, as licenciaturas Ciências, História e Letras, juntamente conosco foram "convidados" pelo proprietário do Centro Universitário para um almoço.
Pronto! Estava posto o terror. O almoço era com o dono. E, como qualquer reunião com o proprietário, certamente não saberíamos o cardápio e nem a pauta.
Então fomos ao almoço no restaurante daquela que era a época a Unidade 6 do Centro Universitário. Como sempre, o proprietário chegou depois de estarmos a mesa.
Houve uma breve apresentação e almoçamos relativamente tranquilos. Então, no final, ele nos disse: "Minha gente, gostaria que vocês falassem o que estão fazendo pelo benefício dos seus cursos?".
Então, começou pelo coordenador de Ciências, que apresentou suas credenciais e o seu corpo docente recheado de doutores, mas de forma acanhada. Depois, seguiu-se a coordenação de História e de Letras que buscaram apresentar os eventos de seus cursos.
Quando chegou a minha vez de falar, o proprietário disse: "O senhor fez alguma coisa pelo curso, mas isso foi no passado, agora é um outro tempo" e virou o rosto para conversar com sua assessoria.
Então, eu falei: Professor, gostaria de mostrar meus resultados, e ele virou o rosto de volta para ouvir. Elevei a postura e informei o que havíamos alcançado em tão pouco tempo de gestão: mostrarmos os eventos científicos ao longo do ano, a pareceria com escolas públicas, as visitas técnicas, os banners permanentes para a divulgação do curso, além da confecção de coletes para visitas técnicas que só o curso tinha, e tudo isso com recursos próprios de nossos eventos e até do bolso de nossos próprios professores, além de alcançar o conceito MB junto ao MEC o que elevou o status do Centro Universitário.
Me olhando de forma séria e direta falou em voz calma e baixa: Professor, aqui nós fazemos de tudo para que o senhor e nem ninguém ponha um centavo só que seja no colégio (era assim que ele se referia ao Centro Universitário, pois era o seu fundador).
Após, isso falamos amenidades. Agradeceu a presença de todos e saiu. Retornei então a unidade V onde trabalhava e partilhei o episódio com uma colega, que me ouviu atentamente e falou: "Você fez muito bem.
Ele o provocou e você respondeu mais que ele esperava. Depois na fala final, soou como se ele estivesse pedindo desculpa quando afirmou que não precisava colocar o seu dinheiro e dos seus professores no curso." concluiu.
Eu sinceramente não estava preparado para esta situação, mas creio que me sai bem. Por isso, é sempre ter resultados como "sobremesa" para que não tenha uma indigestão.
Como dizem os administradores e administradoras: "Não existe almoço grátis".
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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas UFAM.
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