FOTO: MAURO BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2022. |
Por: Mauro Bechman*
No último jogo pela primeira fase da 23ª Copa do Mundo de Futebol promovido pela FIFA no Qatar o Brasil obteve uma vitória substantiva com dois tentos a zero sobre a seleção da Sérvia.
A Copa do mundo de futebol é um evento global onde empresas, governos e talentos são negociados no chamado mercado da bola.
Como mesmo, a imprensa colonizada do Brasil fala, a seleção Nacional é uma vitrine de craques para negócios com os clubes empresas mundiais, especialmente européias.
Evento apoiado fortemente por gigantes do mundo capitalista, as empresas veiculam seus serviços e produtos aos jogos nas chamadas "arenas" poliesportivas.
Todos sabem disso, aqueles que fazem parte deste negócio chamado futebol de que o mercado muitas vezes cria formas de comunicar seus produtos e serviços.
No Brasil, o camisa 10 Neymar Júnior, é o que chamamos de "A cara do Futebol brasileiro", leve, talentoso, moleque e no campo dos negócios, uma dose de falta de caráter.
No campo, ao sair do jogo machucado, muitos memes foram produzidos o associando a chapa do presidente atual do Brasil derrotado nas eleições de outubro.
Uma aversão também já existe pelo temperamento matreiro do atleta nutrida deste os tempos de Santos F.C que o lançou para o futebol. Deste tempo, não se pode esquecer da frase do técnico Renê Simões ao de referir ao trabalho da imprensa na "cobertura" da carreira do atleta ainda jovem: "Vocês estão criando um Monstro" pois o jovem em sua vaidade já detinha mais poder no clube que o próprio treinador.
E ao longo da carreira deste atleta, vimos algumas situações no mínimo interessantes, a decisão da libertadores onde estava no centro da confusão com o time do Penarol do Uruguai em 2011, nas expulsões em jogos contra a Colômbia durante a Copa América de 2015 e outras polêmicas extra campo, junto ao fisco ou posicionamento político.
Foto: internet via whatsapp, 2022. |
Após a contusão no jogo com a Servia, o atleta voltou mancando para o vestiário. Uma situação um pouco estranha pois talvez pela gravidade da lesão, talvez um médico não permitisse que fizesse este esforço sem o auxílio de alguém.
Muitos memes surgiram na internet aludindo a frase pronunciada pelo presidente derrotado durante a crise da Pandemia quando indagado sobre o número de mortos, respondendo com rispidez: "Eu não sou coveiro".
No caso do atleta, a frase foi alterada para "O Neymar se machucou. E daí? Eu não sou ortopedista".
Como brasileiro, recurso que Neymar é a síntese destes craques que encantam e arruínam suas próprias biografias.
No Brasil, temos muitos exemplos como Beijoca no Bahia que tinha o sangue quente, Edmundo do Palmeiras, atual comentarista esportivo, Marcelinho Carioca, tido como um com caráter não respeitável, até Romário que fugia dos treinos e chegou até a brigar com torcedores do Fluminense ou pagar a torcedores do Vasco para gritarem seu nome ao final das partidas...enfim há outros perfis e não é só um caso brasileiro.
É difícil não torcer pelo Brasil. Com seus meninos mal formados (educação), mas talentosos no que fazem. Os brasileiros foram colonizados por Portugal, um país cristão e católico, cuja ideia de herói não separa o humano do Divino.
Daí, sempre desejarmos que nossos heróis sejam, a perfeição da divina santidade.
Sabemos que Neymar em seu talento futebolístico, é de fato, um legítimo representante do "Futebol Arte" brasileiro, criativo, provovador e encantador. Para os luso brasileiros, é de fato difícil advogar este herói que está longe do ideal grego ou da santidade cristã, mas muito mais perto de Macunaíma.
Como o próprio Garrincha, o camisa 7, o anjo das pernas tortas com sua vida boêmia e espontânea, Neymar é mais um destes anjos rebeldes que vive a driblar as regras da civilidade.
Que ele se recupere e fique bem. Com ele ou sem ele em campo sempre torcerei pelo Brasil e pelo futebol que aprendi a amar desde criança: o futebol arte do povo brasileiro.
"FAZ MAIS BRASIL"
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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas UFAM.
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