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| FOTO: M. BECHMAN. CUCUNACA, 2023. |
Por: Mauro Bechman*
Neste ano, completei 20 anos do título de Mestrado pela Universidade Federal do Amazonas (1909). Meu mestrado foi como dizem os frequentadores de botequim: "No peito e na raça". Lecionando para o ensino fundamental na Escola Djalma da Cunha Batista no bairro do Japiim, não tive bolsa de estudos e muito menos pais endinheirados. Era o primeiro dos oito filhos a formar numa graduação e a tentar uma pós graduação em nível de mestrado. A pesquisa foi penosa pois seus dados advinham de pesquisa de campo, visto que tratava-se de estudar as populações em áreas de risco ambiental em encostas.
Tudo foi difícil e me apegava na graduação, onde dizia a mim mesmo: "Se você venceu a graduação, a pós você vencerá também". No dia da defesa, o computador deu pane, o aparelho de datashow falhou e teve que ser substituído por outro emprestado pelo Departamento de Geografia. Nossa! Que sufoco.
Meu colega geólogo Elias Vicente Júnior estava na defesa e me tranquilizou quando as coisas pareciam que não iam dar certo. Após a Defesa da Dissertação, a comissão avaliadora, pediu que eu saísse e aguardasse a resposta fora da sala e assim o fiz. Passados uns 20 minutos, fui chamado para dentro da sala e o meu orientador Prof. Dr. José Duarte Alecrim leu a Ata de Defesa a qual estava registrada minha aprovação.
Após a leitura, meus avaliadores espontâneos e felizes me cumprimentaram com um forte abraço e seus sorrisos contrariavam a sisudez de outrora. A partir daquele abraço, senti verdadeiramente que já fazia agora parte de um grupo seleto de profissionais.
Nossa quanta satisfação a minha. Com fome, pois estava tão tenso que nem tive tempo para almoçar, fui até meus pais que em casa, me deram outra grande surpresa pois vieram com três taças de vinho e brindaram a minha conquista. Inesquecível!
Hoje, faço memória desta conquista. Ao longo de toda a vida pessoal e profissional, nunca fui muito de celebrar vitórias. Ora, um erro gravíssimo. No mestrado, no antigo Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) tive magníficos professores e professoras, daí honrar muito esse título e esta instituição, pública, gratuita e democrática.
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