FOTO: M.BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2024. |
Por: Mauro Bechman*
Certa vez, quando estava coordenando uma pequena equipe de professores, senti-me um pouco desiludido com os rumos que a equipe vinha tomando e acomodando.
Sim, fiquei refletindo sobre a minha liderança na equipe, meus erros, minhas avaliações e minhas expectativas. Foi um momento que chegamos a bailar com a decepção.
Então, uma colega consultora organizacional, vendo-me cabisbaixo veio conversar sobre o que estava ocorrendo comigo naquele momento, então falei sobre o assunto. Ela me ouviu atentamente e depois me perguntou: Quem é o Time? Quem é de fato que espelha esse time? Me diga nomes que você acredita que segurariam o time em caso de crise?
Então, disse a ela: Daniel! Ela disse não, pelo que vejo dele é apenas um funcionário aplicado, então disse a ela: Diana. Ela retrucou: Não, sem iniciativa e muito vaidosa. Então, já sem nomes, falei: Ptolomeu! Ela disse: Não, erudito mas não guerreiro, apenas representa uma espécie de sacerdote...Não ...não. Ela levantou e me olhou sério e disse: o Time é você! Cuida! Levante-se! Se você sair desse time, ele irá fracassar!
Agradeci a ela. Me reanimei e fui trabalhar pela e com a equipe. Passados dois anos, saí da equipe para abraçar projetos maiores...e em exatos dois anos, a equipe deixou de existir.
Às vezes, não percebemos claramente, pois muitos projetos que abraçamos sejam eles iniciantes ou á beira do colapso, só se mantém pela nossa presença e liderança.
Embora, sabendo que somos educados para não reconhecer nosso próprio trabalho ou os frutos dele, temos que ter a clareza que em certos grupos somos essenciais, sendo seu espírito, combustível e materialidade.
Por isso, quando se sentir um pouco desestimulado à frente de um projeto ou equipe, lembre-se sempre da pergunta: Quem é o Time?
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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (1909).
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