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QUEM GOSTA DE POLÍTICA?

 

FOTO: PROF. ME. MAURO BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2020.

Por: Mauro Bechman*

Desde jovem, aprendi a gostar de política. Embora não fosse um militante partidário ou até mesmo estudantil secundarista, mas sempre me interessei.

Acompanhava os pleitos e toda a movimentação em volta das eleições liberais desde 1982. Desde de lá, vi uma grande massa de pessoas afirmarem categoricamente que "Odeiam Política", alguns já nos tempos de faculdade se auto denominavam como "independentes" - o que equivalem nos dias atuais aos "isentões".

Um universo de pessoas mergulhadas no mais estreito "senso comum" e argumentos para justificar suas posições nunca faltaram, desde os clássicos "Todo mundo roba", "São todos iguais", "Só tem ladrão" até negacionistas da Política como ciência da decisão.

Com o surgimento da internet e das redes sociais privadas, a política ganhou um novo espaço. Neste sentido, como minha formação e profissão passa pela formação não apenas técnica mas também política, passei a partilhar um pouco destes assuntos relacionados á política para os meus contatos. Mesmo estando entre professores, poucos mostravam interesse nos assuntos ou creio que até ignoravam minhas postagens e partilha de conteúdos.

Por ocasião das eleições municipais no Brasil, neste período, algumas dessas pessoas que eu me preocupava em conscientizar politicamente ressurgiram, como eu falo em minhas aulas "Do meio do Nada", e se apresentando como candidatos pediram meu voto. Durante quase 5 anos partilhei conteúdos sobre Política com a pessoa e em todo esse tempo nunca recebi uma resposta ou comentário e agora, surpreendentemente alguém se "iluminou" e de uma hora para outra decidiu que "Gosta de Política" e que neste momento único da vida social e política, conta com meu voto.

Fico a pensar sobre os eleitores que acreditam nestas pessoas e se caso eleitas, como docilmente servem aos interesses antipopulares e até se locupletando de negócios escusos.

Na verdade, talvez não amem a Política como nos ensina o papa Francisco, a "Arte de fazer o Bem ao Próximo", mas amam o que a Política pode lhes oferecer como benesses pessoais. Nesse sentido, se pensam que fazem Política, não o fazem, pois o que fazem é na verdade a Politicagem, ou seja a Anti-política contribuindo para a anti civilização do ser humano e da sociedade.

Afinal, quem gosta de Política?

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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia e Processos Socioculturais pela Universidade Federal do Amazonas. UFAM.


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