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Foto: Papa Bento XVI. Autor: Geóg. M. Bechman, 2013. |
A renúncia do Papa Bento XVI no último dia 28 de Fevereiro, nos fez refletir sobre tal postura tomada pela liderança da Igreja Católica Apostólica Romana. Á luz dos acontecimentos, as mais estranhas e imprevisíveis análises e teorias vem sendo formuladas pelos meios de comunicação de massa, sejam eles de orientação atéia e ou de reformistas cristãos. No entanto, nossa análise partirá de uma observação que apenas deverá se somar a tantas outras que vem sendo tecidas. Talvez o diferencial seja pela ousadia em observar a ação do pontífice emérito com nuances de estrategista.
A nosso ver, Bento XVI ao anunciar sua renúncia ao ministério de Pedro assumindo uma incapacidade física, conseguiu verter algumas situações interessantes que pontuamos agora:
1. O Evento da Renúncia trouxe à baila toda uma discussão sobre a Igreja na História e seu papel de centralidade no mundo ocidental judaico-cristão, uma vez que, mesmo os meios de comunicação aversos ao cristianismo destinaram valioso tempo á discussão da renúncia. Na verdade, um chamado do Mundo cristão e não cristão ao debate sobre a Igreja, mesmo sob um novo cenário permeado pela pseudo vitória do individualismo e do materialismo sobre a teorias sociais da coletividade.
2. Bento XVI, expôs a esfera do Homem, em seus limites físicos em contra posição ao divino e perfeito, relativizando o poder temporal que vinha se considerando como eterno. Poupou os cristãos católicos de vê-lo "caducar" no poder. Aliás, este aprendizado deve ser compartilhado por muitos governos e executivos que acreditam que seus cargos sejam vitalícios.
3. O cardeal Joseph Ratzing, em sua renúncia ao papado, anunciou que a Igreja não pode perder a sua essência - com os atos de retorno a antigas liturgias. Defendeu uma igreja purista, essencial em vez de uma multidão de cristãos não verdadeiramente cristãos;
4. No plano interno, Bento XVI colocou as correntes mais "materialistas e imediatistas" do Vaticano sob a pressão velada dos cristãos e da essencialidade cristã secular. A nosso ver, cercou as correntes materialistas e imediatistas com a moral cristã e com os olhares da igreja e dos leigos.
5. Não se pode negar a inteligência de Bento XVI que prevendo sua retirada (em seus livros, entrelinhas como o nome adotado e outras pequenas coisas) conseguia reafirmar a primazia do cristianismo católico ao mesmo tempo que abria um livre diálogo com não-cristãos, cujas audiências papais estavam cada vez mais cheias;
Na verdade, ainda haverá muito tempo, para se interpretar a renúncia e as decorrências deste ato de Bento XVI. Por hora, para muitos cristãos católicos, a renúncia ganha a cada dia um significado de martírio de alguém que sacrificou seu próprio cargo para que a instituição fosse renovada sem sua desintegração... Mas isto, é apenas mais uma análise leiga que se somará a muitas outras e só o tempo explicará as decorrências deste ato que não ocorria a cerca de 600 anos.
Saudações Geográficas!
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