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| FOTO: PROF. ME. MAURO BECHMAN. AUTOR: CUCUNACA, 2021. |
Por: Mauro Bechman*
Durante este tempo de Pandemia, no isolamento social, representou para algumas pessoas de distintas profissões e seguimentos da sociedade, um momento para a reflexão sobre suas vidas, do seu microcosmo familiar ao exercício de suas atividades e atitudes diante dos outros.
Passados alguns meses e duas "ondas" cruéis que ceifaram a vida de muitos amazonidas, começamos a ouvir declarações de pessoas que não viam a hora de retornar as atividades como se fosse ou era antes de 2020, ou seja, o Velho Normal.
Diante disso, passamos a refletir sobre este "clamor" pela volta às atividades, mesmo sem a Imunização completa ou a revisão do conceito de Pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que classifica o vírus Sars Cov-2 como uma Pandemia Mundial.
Sendo assim, no seio dessa reflexão sobre as pessoas que "não aguentam mais ficar em Isolamento Social", encontramos três grupos.
O primeiro constituído por Negacionistas convictos que não vêem gravidade neste momento, sendo audiência de "teorias da conspiração"; o segundo grupo, constituído por pessoas tem suas atividades ligadas aos contatos físicos, sejam com clientes ou materiais e o terceiro grupo, composto por aquelas pessoas que antes de 2020 cumpriam suas atividades com exito mesmo que isso lhes custasse o convívio familiar e a queda de sua qualidade na saúde.
Neste último grupo, o desejo frenético de retorno pode revelar duas situações. A primeira, em que mesmo no presencial, essas pessoas se avolumavam de tarefas para se dizerem "ocupadas" e responsáveis" muitas destas tarefas nem sempre essenciais aos resultados do planejamento. E, quando colocadas em situação de trabalho remoto, não conseguiram "administrar sua rotina", embaralhando as demandas de casa/família com a rotina laboral da profissão.
Um terceiro fator ainda pode ser acrescentado, algumas destas pessoas tem no trabalho (externo) uma "fuga" do ambiente familiar, seja por problemas de ordem pessoal ou de perda de empatia na família.
Situação esta, de grande sofrimento para pessoas deste grupo. Talvez por isso, o grito de socorro para a volta às atividades presenciais. Também, não se pode negligenciar as demandas materiais que levam a limitação e a precarização do trabalho remoto.
O fato é que há pessoas que desaprenderam ao convívio familiar à rotina e a educação do lar, com os filhos e dependentes, com o cônjuge ou companheiro e em alguns casos até transformaram esse convívio em uma relação tóxica.
E, após mais de um ano de Pandemia ainda não aprenderam a administrar suas rotinas. Daí, mais cômodo e talvez o único socorro, clamar pela volta às atividades presenciais, mesmo que isso ponha em risco a sua própria vida e a dos seus próximos.
#vacinaparatodos
#brasilimunizado
#escolaimunizada
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*Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas UFAM.

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