FOTO-MONTAGEM: ACERVO DA FAMÍLIA. 2000. |
Saudades de Você.
Há dez anos você partiu. Fostes a minha primeira professora, me alfabetizando e corrigindo para que eu me tornasse um bom homem. Mesmo, adulto ainda adorava deitar sobre sua barriga e ouvir o ronco que me alçava a uma sensação de feto, de aconchego, segurança e paz. Dos tempos de criança, lembro das lições e das advertências sempre necessárias: "-Primeiro a obrigação, depois a diversão.". Na cozinha da casa simples de madeira, sobre a mesa, o caderno e a cartilha "Caminho Suave" foi a minha primeira sala de aula e eu, na gana de ir para o quintal, correr, pular, jogar futebol, brincar de ser herói cavalgando uma vassoura de cipó sob a sombra da caramboleira e da majestosa e generosa mangueira do quintal.
No embalar da rede com meus irmãos, era mais fácil serenizar com suas canções alegres e infantis. Isso só poderia ser algo do céu. Sim, acho que era isso. Você não era daqui, você era do céu. Quando comecei a sair para namorar, você esperava a cada um de nós filhos chegar e para agradá-la já trazíamos algum lanche - um sanduíche ou cachorro quente - e sob o olhar feliz do meu pai, você degustava o que o pequeno salário do seu filho poderia proporcionar. Você acreditou em mim sempre. Sabes de uma coisa, vou confidenciar um segredo. Quando comecei minha carreira de professor no Colégio estadual Eldah Bitton Teles da Rocha foi a você que homenagiei quando preferia ser chamado de Prof. Mauro Vieira por funcionários, colegas e alunos daquele colégio, ou seja, fiz questão de dar ênfase a seu sobrenome. Acho que fiz o certo.
Uma vez, vi você em uma fotografia, numa pose sobre a bicicleta do papai. Nossa! Que mulher bonita! Seus brincos argolados e a elegância de um vestido florido junto a um sorriso feliz marcaram para sempre a minha memória e que lembrança você deixou na minha mente. Sabes, quando os eventos dessa vida nos abatem, nos desencorajando e até sugerindo que devêssemos abandonar nossos ideais, você me vem à lembrança como que me dissesse: "-Vá lá, você vai conseguir!". Vejam só. O Amor existe e agora mais do que nunca creio que você não era daqui. Você era do céu. Você foi a mulher mais espetacular e especial que me trouxe á vida e me ensinou a viver. Obrigado pelo que sou mãe. Te amarei sempre. Não foi fácil a sua partida. Desculpe ainda pelo "você" pois contigo aprendi que o correto é "Senhora", mil perdões Senhora Minha Mãe.
Prof. Mauro Vieira.
2 Comentários
Que texto lindo e cheio de emoção, esse é o verdadeiro sentido da homenagem às mães.
ResponderExcluirAgradecido querida administradora. Você bem sabe o que isso significa. Muitas flores e brindes estes Anjos chamadas mães!
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