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A GEOGRAFIA DAS ÁGUAS NO AMAZONAS

FOTO: RIO NEGRO.AM. AUTOR: CUCUNAÇA, 2011.

Nos últimos anos, vem se arrastando na região sudeste do Brasil, o que chamamos de crise hídrica. Um dos aspectos importantes deste fato é que o cenário é real. Já na década de 1970 e aí destacamos o papel da Associação de Geógrafos Brasileiros - AGB Nacional -, denunciava-se a tal crise hídrica entre os geógrafos, dadas as condições de ocupação e uso do espaço geográfico e sua interação com o regime de chuvas.

Além do prenúncio de uma crise ambiental, a Geografia da Crise Hídrica, sempre esteve presente no cenário brasileiro, coadunando-se sempre com a diversidade das regiões climáticas do país. Desse modo, o nordeste brasileiro que durante quase 100 anos vivenciou esta situação de crise de forma mais intensa quanto dramática e, não distante disso, a exuberância da Amazônia brasileira envolta no rico inventário da abundância dos recursos naturais encortinou uma realidade talvez menos cruel, mas não menos preocupante.

A ausência de quase toda uma rede abastecimento de água para os núcleos urbanos da Amazônia, gerou indicadores de infraestrutura e de saúde pública dignas de atenção e registro. Pelos dados do IBGE, a região norte do Brasil é uma das regiões que a água tratada não chega sequer a 50% dos domicílios gerando em conseqüência um quadro sempre difícil de ser enfrentado pelo setor médico-hospitalar, uma vez que sempre foram altíssimos os indicadores de doenças com  veiculação hídrica como infecções, parasitoses e verminoses.

Noutro campo, a infraestrutura é outro problema, Manaus – a decantada metrópole da Amazônia ainda sente os efeitos de más gerências públicas, em que a água foi moeda de troca por voto durante o processo eleitoral. Contraditoriamente, a 6ª economia do país não consegue atender sua população com serviços urbanos suficientes.

No interior do estado do Amazonas, alguns poços artesianos são construídos pela FNS - Fundação Nacional de Saúde – para se ter uma idéia da complexidade dos problemas na ausência de uma rede de abastecimento de água. Aliás, nos quadros profissionais da fundação temos geólogos incubidos destas responsabilidades, ou seja, as de construir poços artesianos em comunidades e vilas do interior amazonense.

Na Geografia das águas, socorrer o sudeste brasileiro usando do mito do superlativo da Amazônia com propostas tão possíveis quanto improváveis e não adequadas a este momento, nos remete ao embotamento como nos dizia o viajante e naturalista francês Charles Marie de La Condamine e a outro conseqüente encortinamento da crise hídrica vivida pelas populações urbanas amazônicas e amazonenses.


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