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RUAS DE MANAUS

FOTO: AV. EDUARDO RIBEIRO. MANAUS/AM.
AUTOR: CUCUNACA, 2016.

Nos primeiros dias Ășteis de janeiro, exercemos nosso papel elementar de andarilho deste espaço geogrĂĄfico, nos deparamos ao caminhar em busca de resolver nossas pequenas pendĂȘncias pessoais, como passar na livraria, cortar o cabelo ou pagar alguma conta com um cenĂĄrio que vale a pena descrever.

Na avenida Eduardo Ribeiro, principal rua comercial do Centro Histórico,vemos um vai e vem constante de pessoas entre bancos, comércios e instituiçÔes governamentais. Claro, o movimento não estå na intensidade dos dias de final de ano, mas hå um circular de pessoas e coisas.Neste sentido, cada vez que damos passos ao longo desta famosa avenida, vemos claramente um diversidade de atores e vozes no espaço habitado.

Sob o mosaico do solo urbanizado,vemos a somatória de tempos históricos e seu co-habitar contraditório e assimétrico. Não hå perfeição e nem harmonia. Cobertura de asfalto, intercala-se com as pedras portuguesas exumadas do antigo solo que a zona franca soterrou.Não fosse apenas isso, ainda tem-se os paralelepípedos herança de uma Manaus provinciana. Este é o chão do centro de Manaus,uma colcha de memórias e vaidades. Sobre a colcha, estão os atores,num tempo presente, como num tempo passado, a cidade morena expÔe suas vozes.

 A audição nos mergulha numa confusĂŁo de sotaques, lĂ­nguas e dialetos de gentes daqui e do mundo, o contraditĂłrio de um cosmopolitismo ideal, a face mais precĂĄria da globalização. As vozes e os sons se misturam, o "criollo" dos negros e negras haitianas ambulantes e suas fartas bancas de frutas e verduras, improvisadas em carros de madeira e caixas de picolĂ© com o diĂĄlogo entre chineses, agora inquilinos do centro comercial de Manaus e cada vez mais presentes as vozes da AmĂ©rica Latina, na presença de colombianos, venezuelanos e peruanos. Pelos cantos, aumentam os mendigos de fala estrangeira, menos os haitianos, estes parecem dotados de um orgulho ancestral, pois nĂŁo se rendem a mendicĂąncia. HĂĄ ainda, pequenos grupos de turistas, japoneses, estadunidenses e do lado brasileiro, goianos e catarinenses com seus sotaques tĂŁo locais quanto nacionais. Uma verdadeira celeuma de cores e de vozes sob o silĂȘncio do andarilho que como passante,vive a experiĂȘncia de ser estrangeiro em seu prĂłprio lugar. Agora, o andarilho pĂĄra para pensar e depois...segue a caminhar.

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