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ESCOLAS DE SAMBA EM MANAUS: NOTAS E ANOTAÇÕES

FOTO: ABRE ALAS DA GRES SEM COMPROMISSO.
 AUTOR: CUCUNACA, 2017.
FIM DE FESTA. Chegamos ao final de mais uma disputa no carnaval manauara, tendo como as principais do grupo de acesso a Gres Primos da Ilha do bairro de São Francisco e a campeoníssima Gres Reino Unido da Liberdade, do bairro do Morro da Liberdade - zona sul de Manaus. Sob este aspecto, seria importante pontuar algumas observações:

1. Destacar o belo desfile da Escola estreante no Grupo Especial, a Gres Vila da Barra do bairro da Compensa, que já desponta numa análise mais esperançosa, para uma agremiação organizada e com uma comunidade vibrante. Do ponto de vista geográfico, apontamos a importância da escola no contexto da socioespacialidade do bairro da Compensa, sendo quase 40 anos caracterizado como um bairro de altos índices de violência social. A escola de samba, vem neste sentido, reverter um pouco esta caracterização. Ora, o mesmo viu-se em bairros como o Alvorada (aqui as três) com a unidade em torno da Escola de samba Unidos do Alvorada e com a própria campeã deste ano, que retirou uma pecha sobre si ainda nos anos 1980 do século passado com um bairro extremamente violento, afinal: "Os meninos do Morro" fizeram um excelente trabalho de retirar estereótipos negativos sobre o bairro. Ainda, sobre o desfile da Gres Vila da Barra, algumas notas deveriam ser consideradas,pois em pelo menos três quesitos a escola foi penalizada com notas pouco gentis, especialmente a Comissão de Frente, cujo balé e indumentária, foram suficientemente competente superando algumas escolas tradicionais;

2. O bom exemplo da Gres Primos da Ilha, com sua molecada boa de samba.É do jovem presidente que vem a frase mais marcante deste carnaval: "- Nós não fazemos carnaval, nós vivemos para o carnaval"{grifo nosso}. Esta frase espelha o sentimento que deve direcionar todas as escolas de Manaus, é preciso ter amor e profissionalismo. Esta escola não estava preocupada com acesso/decesso, estava preocupada em ser campeã. Vibração esta que infelizmente não vemos em escolas tradicionais que a cada ano re-editam o mesmo discurso, de lamentações e de vitimização. Parabéns ao presidente pela feliz declaração de amor ao carnaval. Foi de fato, um ícone de sua própria bateria a "Moleque Atrevido".

3. O desfile ascendente da Gsres Andanças de Ciganos, que com a força da Cachoeirinha vem se tornando ano a ano uma das grandes de Manaus, mantém sua identidade própria e em pouco tempo, temos certeza, a escola chegará a um título do Grupo Especial. Precisa apenas, focar em si mesma e voltar a ser grande e nos brindar com belos desfiles e a sua fantástica bateria "Vai ou racha" que levou todas as notas máximas dos jurados.

4. Por fim, o belíssimo desfile deste ano feito pela Bicampeã Reino Unido da Liberdade, cujo desfile a nosso ver, deve servir de modelo para um carnaval na Amazônia, com materiais sustentáveis, criatividade, beleza, competência e samba, com a presença de sua forte e organizada comunidade.A aceitação do público já é uma amostra substancial de como o povo amazonense quer ver suas escolas de samba, sem improvisos e sem a re-edição dos velhos mantras: crise, dificuldade, etc.Aliás, nunca haverá crise para a inventividade e a criatividade, pois olhem para o passado e vejam os belos desfiles de escolas de samba quando Manaus nem era a 6a economia do Brasil.

5. A todas as escolas! Um aviso. Trabalhem, pois neste século só boçalidade e álbum de fotografias não serão suficientes para manter uma agremiação na ativa. Escolas tradicionais poderão sucumbir diante das escolas novas que vem com modelos mentais novos, mais profissionais e com uma garra juvenil de serem também protagonistas no samba amazonense. A nosso ver,o desfile de 2017 representa uma ruptura com os anos de "choro", a Reino Unido,Vila da Barra e Primos da Ilha mostraram isso. Outro desafio é ganhar mais sambistas. Os jovens hoje, são mais afeitos a "eventos" que a raízes, pois podem brincar, assistir e torcer por suas escolas, mas depois podem ser direcionados pela mídia hegemônica aos blocos e bandas comerciais. Aliás, frequentamos desfiles de escolas de samba em Manaus desde 1980 e em quase três décadas de Centro de Convenções nunca havia visto aquele espaço tão pouco adensado com este ano. Muita atenção, pois os movimentos da elite política e dos cenários sociais, tem sido de contrariedade ao desfile das escolas de samba.

6. Esperamos ter contribuído para a melhoria e perenidade do samba amazonense e que 2018 seja um ano com disputas acirradas em que pelo menos quatro lindas escolas estejam na disputa pelo título, deste samba que sem dúvida é um dos mais conhecidos no Brasil.

Saudações carnavalescas!

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