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FOTO: AV. DJALMA BATISTA COM RUA PARÁ. AUTOR: CUCUNACA, 2016. |
No dia 16 de Março de 2016 por volta das 20h, estava trabalhando normalmente, lecionando numa faculdade particular de Manaus, quando irrompe uma agitação entre as pessoas a partir de uma espécie de "buzinaço" á frente da faculdade situada na avenida Djalma Batista. Um barulho que chamou atenção e perturbou a continuidade da aula. Não compreendia muito o que estava acontecendo,via apenas as pessoas saindo das salas de aula como se estivesse sido interrompidas as atividades. Mantive a sala sob controle e tentei trabalhar normalmente mas fui interrompido por uma dupla de alunos que estavam no fundo da sala com sua rede social, talvez mais preocupados com a reprovação por faltas do que propriamente pelo desempenho acadêmico. Da dupla, a moça com um certo "ar"de sarcasmo, fala em alto e bom tom: - Professor, acho que vão matar o Lula! Fiquei surpreso, pois como não tinha acesso a nenhum canal de informação, decidi manter a aula e o controle da turma. Ao sair para ver o que estava ocorrendo, vejo colegas e estudantes saindo de suas salas e então, um dos colegas me fala que foram suspensas as aulas e então espero a agitação passar.
Chego em casa, antes do término do expediente, ligo as redes sociais e vejo um vídeo mandado de Paulo Henrique Amorim, postado por um desses grupos virtuais, em que ele veemente pede providências da então presidenta da república para com a Justiça que autorizou o "vazamento"de uma conversa privada entre o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma. Foi a primeira vez que isso ocorreu, um. "grampo"sobre a mandatária maior do país e fora do horário autorizado, ou seja, portanto juridicamente ilegal. Sobre este evento, me ocorreram duas coisas, a primeira o poder de manipulação da mídia hegemônica sobre as pessoas para viabilizar seus desejos e projetos, e também a capacidade de "envenenamento" das pessoas com doses de ódio contra quaisquer pessoas ou instituições.
Lamentavelmente vi pessoas relativamente sadias transformarem-se em verdadeiros monstros capazes de defender idéias e posturas claramente repugnantes, dignas do fascismo. Após um ano deste evento, nenhuma autoridade judicial pediu desculpas pela ilegalidade e muito menos a imprensa hegemônica se prestou a exercer seu papel de comunicadora da verdade. Pelo visto, será mais um evento a espera de justiça neste tempos de pós-verdade.
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