FOTO-MOSAICO: CARNAVAL DE MANAUS. AUTOR: CUCUNACA. 2018. |
Desde os anos 1990 que não vemos uma "Agenda Positiva"sobre a maior festa pública do Brasil: o carnaval. Este cenário piorou significativamente desde 2013 quando as forças conservadoras passaram a atacar as festas populares, criminalizando-as e desprezando-as como expressividade das identidades socioespaciais do povo brasileiro.
Foram anos, vendo e ouvindo vozes e comentários vociferando contra o Carnaval em suas distintas modalidades. O discurso de ódio, consentido e por vezes estimulado tomou conta das redes sociais e de comentários em blogs e portais virtuais da media hegemônica. Era um tal de: Pra quê carnaval? Por quê não investir em Saúde e Educação? Carnaval só dá em violência e morte! desperdício de dinheiro público com esta festa profana e muitas outros comentários brutais contra a manifestação popular brasileira.
As Escolas de Samba de Manaus foram duramente atacadas nesses períodos, sejam pelas pessoas ligadas a organizações religiosas fundamentalistas, seja por uma geração de materialistas que tomaram conta das redes sociais e algumas instituições públicas e privadas. Foram muitas ações que visavam impedir as agremiações de desfilar, desde ações jurídicas ligadas à energia elétrica à redução,corte e tardio repasse da "magra verba" para pagamento dos fornecedores das escolas de samba, como os as costureiras, as cooperativas e as empresas que prestaram serviço às escolas. Uma coisa absurda para a quantidade de pessoas envolvidas e empregadas no período carnavalesco no Brasil e em Manaus.
Incrivelmente desapareceram da Mídia Hegemônica, os discursos fundamentalistas religiosos, os materialistas para quem uma nação não pode gastar dinheiro com a alegria de quem produz a riqueza e a vida. Pelo contrário, vemos "matérias jornalisticas, enaltecendo a festa". Não sabemos ao certo a que se deve esse movimento da grande media. Talvez seja um sinal dos tempos, com a queda vertiginosa da audiência da televisão em virtude da internet, tevês por assinatura e pacotes de programação ou ainda, o fato de após a instalação de um período de exceção democrática no Brasil com o impeachment da Presidente Dilma Roussef (PT) mostrar que o País voltou a ser o "País do Carnaval" para dar um "ar de normalidade" sócio-política.
Bem, o certo é que não teremos esse ano, tanta perseguição à esta magnifica festa que responde pela identidade cultural brasileira diante do mundo. O ideal é que esse movimento ocorresse do aprofundamento do conhecimento sobre o carnaval pelos que amam e também pelos que odeiam a festa. Mas, não sendo assim, bom carnaval a todos e todas!
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