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MEMÓRIA DA COPA DE 2014: A CRISE DA MARCA FUTEBOL ARTE

FOTO: CAMISA BRASIL, 2014.
AUTOR: CUCUNACA,2014

MEMÓRIA DA COPA DE 2014: A CRISE DA MARCA FUTEBOL ARTE

Com as Jornadas de Junho de 2013, um conjunto de manifestações conservadoras, muitas marcas foram questionadas, especialmente aquelas ligadas ao Estado- nacional. Desse modo, institutos de pesquisas, empresas nacionais e agências de fomento foram duramente atacadas a partir das mídias e das organizações não-governamentais que eram apresentadas como referência na interpretação da realidade brasileira na orientação das políticas nacionais de desenvolvimento. 

Marcas nacionais de grande prestígio como a Petrobrás, o IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), IBGE tiveram suas imagens alvejadas pela mídia hegemônica e pelas redes sociais privadas, pondo em suspeição suas pesquisas e suas análises. Neste sentido, não se pode esquecer que a imagem da marca é um importante capital para as organizações, pois também é a partir dela que uma organização pode gozar de mais ou de menos oportunidades de negócios e ou de credibilidade.

As denúncias que abalaram as estruturas governamentais do Brasil que ganharam eco no imperativo: Não vai ter copa! Atingiram em cheio a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) que em 2014 completava 100 anos de existência.

Dos escritórios ao gramado, podemos dizer na gíria do futebol que alguns estilos desenvolvidos pelos atletas que praticam o esporte bretão, receberam uma classificação popular a partir da percepção dos envolvidos, especialmente torcedores e cronistas esportivos. Desse modo, a marca “Futebol Burocrático” seria creditado ao estilo alemão, a marca “Futebol Raça” seria o argentino e o estilo brasileiro seria o “Futebol Arte”. 

No contexto de 2014, com uma intensa campanha para desacreditar as marcas de entidades ligadas ao governo brasileiro veiculadas diuturnamente nos meios de comunicação de massa e pela internet ainda não havia atingido o chamado “orgulho nacional” um dos maiores ícones do sucesso brasileiro diante do mundo, a seleção brasileira de futebol. 

A derrota para a seleção alemã, uma seleção europeia, foi mais um duro golpe na combalida “identidade do país do futebol” além de ser por “tabela” um marco na história das copas, visto que nunca uma seleção europeia havia sido campeã no continente americano e também um presente indigesto à aniversariante, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e superação de forma humilhante de dois treinadores consagrados mundialmente que atuaram juntos na copa de 2014, Carlos Alberto Parreira e Luis Felipe Scolari. Dessa forma, as marcas nacionais, ingressaram num movediço terreno, inclusive o “Futebol Arte” construído há décadas, mesmo que as seleções nacionais desde 1982 já não se apresentassem neste estilo mágico de jogar futebol.

Algumas perguntas ainda demorarão a serem respondidas, mas por hora serão necessárias fazê-las: uma delas fora feita no calor do jogo contra a Alemanha no fatídico 7 a 1 pelo ex-jogador e comentarista esportivo Edmundo à época na emissora Bandeirantes de São Paulo questionando o motivo de Scolari e Parreira, inverterem a posição dos zagueiros de defesa da seleção naquele jogo, o que levou a uma facilidade para o ataque alemão desfilar sobre a zaga e em poucos minutos fazer cinco gols, tornando qualquer reação dificílima tendo em vista, o nível dos times em campo.

Desde de lá, a marca “Futebol Arte” anda em baixa como expressividade do futebol brasileiro, aliás o vemos na arena global midiática, onde jovens atletas exibem em campos europeus, o “cheirinho” de um futebol que outrora identificava e unia uma nação. E por aqui, a mídia hegemônica credenciou a seleção brasileira o infeliz apelido de “Vitrine”. A seleção nacional não é mais um símbolo do imaginário brasileiro, é ela hoje, uma vitrine onde meninos em sua maioria de baixa renda são expostos para o entretenimento da arena global de espetáculos.

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