FOTO: M. BECHMAN E IR. DRA. JOANA PUNTEL. AUTOR: SOCORRO TEIXEIRA, 2020. |
AETATIS NOVAE*
Por: Mauro Jeusy Vieira Bechman, MSc.**
A Instrução Pastoral do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais "Aetatis Novae" Um revolução nas comunicações, foi publicada em 1992 por ocasião da memória do Vigésimo aniversário da Instrução "Communio et Progressio" de 1962.
O contexto das comunicações sociais revelam a partir deste documento que Igreja vê as comunicações sociais com um importante elemento não só na difusão de idéias, informações e convicções, mas sobretudo, a formatação de uma cultura que atinge o indivíduo psicossocialmente e moral com consequências positivas e negativas. Ou seja, pode influir na concepção de vida como padrão universalizante como também ignorar indivíduos ou grupos silenciando suas vozes e percepções.
No contexto político e econômico, a instrução pastoral, chama a atenção para as carências infra estruturais das nações subdesenvolvidas que impedem a comunicação entre as pessoas e que a pressão pelo lucro fez com que sistemas públicos fossem desmontados com projetos de privatização. A ética é colocada em plano secundário quando os publicitários em vez de identificar as reais necessidades das pessoas findam por criarem necessidades artificiais e de estimulo ao consumismo.
Nesta leitura de cenário, a Aetatis Novae propõe que os cristãos devem ser chamados a "Criar Notícias" para que a voz do Evangelho não seja silenciada e nem a daqueles que são esquecidos pela cultura de massa.
Sobre o papel das comunicações sociais para a Igreja, a instrução pastoral é contundente quando explicita que Cristo é o conteúdo e a fonte que a Igreja comunica no Evangelho.
Os meios de comunicação de massa devem respeitar o indivíduo e a sociedade, pois os meios de comunicação não podem substituir o contato familiar, social, cultural por personagens de ficção que muitas vezes são tomados erroneamente como modelos de humanidade. Da mesma forma, assegura que a Igreja deve buscar o diálogo com o mundo atual e os cristãos não devem apenas se limitarem às noticias eclesiásticas, mas sobretudo construírem uma teologia da comunicação. Tal destaque mostra a importância dos agentes pastorais que atendam com boa vontade e prudência ás demandas dos meios de comunicação de massa, a partir do respeito mútuo e do elenco de pautas comuns.
Neste documento, a igreja reafirma o direito dos fiéis em manifestar aos seus pastores necessidades e pensamentos que afetem o bem da Igreja para que assim seja mantida a credibilidade da Igreja e a comunhão com os fiéis. Com a efervescência desta "Nova Cultura" torna-se necessário o ingresso do magistério da Igreja e da Evangelização no conhecimento de suas linguagens e técnicas.
Quanto aos desafios do cenário no início dos anos 1990, a Igreja chama a atenção para o uso prudente e coerente das tecnologias da comunicação para os indivíduos, setores público e privado. Nesse sentido, há sempre a necessidade de uma avaliação crítica. A comunicação deve assumir um caráter de solidariedade e preocupação com a formação e desenvolvimento integral do indivíduo especialmente os desassistidos. Lembrando que em alguns lugares, a apropriação do direito a comunicação por elites conduz a Igreja a propor o respeito ao Direito de comunicar.
Para o enfrentamento dos desafios postos diante da Comunicação na Igreja, a Aetatis Novae propõe a defesa das culturas humanas favorecendo os meios de comunicação populares para a Difusão da mensagem do Evangelho. O desenvolvimento dos meios de comunicação católicos e a necessidade da integração da comunicação a todos os planos pastorais. A necessidade da formação para a competência profissional dos agentes pastorais com uma visão além do tecnicismo, uma formação doutrinal e espiritual, mas sobretudo, atentos ás demandas por comunicação dos mais vulneráveis. A formação permanente que assegure a atualização dos agentes respeitando princípios éticos e demandas particulares de trabalho.
Na parte final da Instrução, aborda-se a necessidade de inclusão dos bispos no empenho junto ao Planejamento para uma pastoral da comunicação e a urgência desse empreendimento. Em anexo, a instrução fornece um roteiro para a elaboração de um Plano Pastoral de Comunicação.
"Sou o que sou pela graça de Deus"
(Apóstolo Paulo)
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*Fruto da Formação "Comunicação e Igreja" conduzido pela Ir. Dra. Joana Puntel, promovido pela Pastoral da Comunicação da Arquidiocese Metropolitana de Manaus 07 e 08 de Março de 2020 no Centro Pastoral Preciosíssimo Sangue.
**Coordenador da Pastoral da Comunicação da Área Missionária São Paulo Apóstolo. PASCOM/AMSPA.
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