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A PANDEMIA NO IMAGINÁRIO DOCENTE

FOTO: ESCOLA PÚBLICA.
 AUTOR: CUCUNACA, 2020.


Por: Mauro Jeusy Viera Bechman*

Neste dia 10/08 tiveram início as aulas na rede estadual de educação do Amazonas para o ensino de nível médio. O formato é híbrido, em que as turmas são divididas e intercalam-se entre aulas presenciais e aulas remotas.

Ao mesmo tempo, sob o veemente protesto das entidades de salvaguarda dos profissionais da educação SINTEAM e ASPROM/Sindical, os docentes retornaram às atividades. Na narrativa, a oficial da Secretaria Estadual de Educação em que exalta os chamados "protocolos" para a retomada das aulas e, na narrativa das entidades profissionais,  a psicosfera de insegurança e ignorância sobre a circulação do Covid-19 no ambiente escolar.

Neste sentido, é muito interessante e até mesmo assustador, a forma como as estruturas mentais dos profissionais da educação tratam esta situação de retorno, mesmo ainda não havendo uma vacina ou uma campanha de vacinação em massa. 

Então, genericamente, formam-se dois grupos de docentes. O primeiro, temeroso e assustado com as notificações que crescem entre os colegas que testam positivo para Sars Covid-19 e o segundo grupo que ignora a pandemia e realiza suas atividades como se estivesse em plena normalidade anterior à pandemia, ou seja, no "antigo normal".

Desse modo, a rotina escolar vai tentando ser retomada. Quando há uma notificação de teste Positivo, alguém nas redes sociais privadas brada: - Que pena, boa recuperação professor! e quando alguém testa Negativo para Sars Covid-19, - Parabéns professora! E, lentamente a pandemia vai se transformando numa espécie de jogo no imaginário docente, enquanto a "vida"segue numa banalização de seus efeitos presentes e nefastos à espécie humana.

Aparentemente, os dias vão se sucedendo parecendo que há sempre um começo e recomeço do jogo, cujo bônus é a cada exame testar negativo e estar a salvo por alguns dias a mais e cuja perda de créditos consiste no teste positivo. Numa espécie de "jogo"que só tem significado até aqui para a humanidade  "game over". E assim, segue na mente de alguns, a naturalização da tragédia e cujo vencedor/jogador sempre sobreviverá ao termino do "jogo" adquirindo créditos e imunidade, imagina ele. Mas, só imagina.

A vida não é um jogo. Não perca a lucidez.

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* Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia e processos socioculturais pela Universidade Federal do Amazonas. UFAM.

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2 Comentários

  1. Eu sempre digo que a educação é o caminho, se fosse ensinado lógica desde cedo certas coisas não aconteceriam, pois a capacidade de percepção das pessoas aumentaria.

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  2. Verdade. Todo os saberes servem para a elevação do ser humano. Obrigado pelo feliz e lúcido comentário.

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