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NÃO É ISTO PROFESSOR?

 

FOTO: PROF. MAURO BECHMAN.
 AUTOR: CUCUNACA, 2020.


Por: Prof. Mauro Jeusy Vieira Bechman*


Ás vezes fico pensando nas eleições municipais. Temos de fato um processo sui generis. Primeiro pelo momento em que passamos, de Pandemia agora classificada como Sindemia e da Legislação eleitoral que praticamente proíbe o chamado corpo-a-corpo e deixa o processo de divulgação das candidaturas praticamente reféns das mídias coorporativas ou das chamadas redes sociais privadas.

Num segundo momento, temos um pleito hiperinflacionado de candidatos da casta militar e em menor proporção, mas digno de nota, o crescimento das candidaturas para a vereador em que no ato do registro eleitoral, se autodenominam Professor ou Professora. Sob este aspecto gostaríamos de ter a liberdade de perguntar quantos destes candidatos possuem habilitação ou formaram em alguma Licenciatura em nível universitário?

Certamente que se alguém se dissesse médico ou engenheiro, os conselhos e sindicatos destas categorias já entrariam com a ação de uso ilegal da profissão. Mas, ao que parece, ser professor não é profissão. De outro modo, o conhecimento da arte e da profissão, é ao menos um pré-requisito ético. 

Assim, perguntaríamos, quantos anos alguns destes candidatos lecionaram para a educação básica (ensino médio ou fundamental)? Que respostas teríamos? 

Nesta profissão é imperioso que se tenha contato com a realidade da sala de aula, dos professores, dos corredores, da fila da merenda escolar, especialmente da Escola Pública. É preciso "sentir o cheiro das ovelhas" como nos ensina Papa Francisco. Aliás, sabemos que os ambientes de trabalho mesmo físicos diferem de rede para rede de ensino e certamente o cheiro das ovelhas é diferente.

Neste sentido, ao menos seria de bom tom, informar em que nível exerceu o magistério de forma legal para que os cidadãos e cidadãs tenham clareza sobre que nível da educação tem melhor compreensão.

 Muitos dos chamados candidatos eleitos, na verdade, empossados na maior parte das vezes votaram ou atuaram contra a educação ou contra a categoria dos professores. E não são poucos os exemplos, além daqueles que passam seus mandatos de forma inexpressiva integrando apenas grupos hegemônicos ligados aos financiadores de campanha nas câmaras municipais. Estas questões se tornam vitais neste momento em que desde 2016 as aulas presenciais vem substituindo os professores reais por virtuais e que por consequência devem levar ao fechamento dos cursos de licenciatura no país em poucos anos.

Não é isto professor?


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* Mestre em Sociedade e Cultura pela Universidade Federal do Amazonas. UFAM. Licenciado em Geografia. UFAM. Professor de Ensino Fundamental e Médio pela Rede Pública do Estado. (1998-2005). Professor da Rede Privada de Ensino Superior de 2004-2020 em nível de Graduação e Pós-graduação. Coordenador de Curso de Licenciatura em Geografia da Rede Privada (2005-2011).

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3 Comentários

  1. Muito pertinentes seus questionamentos, professor Mauro. De fato, o senhor nos leva a refletir. Coisas de um bom professor.

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  2. Agradecido pela presença nesse espaço. A reflexão é o primeiro passo para saber que futuro desejamos. E, honrado pelo seu generoso elogio. Saudações Socioambientais e Geográficas!

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